Ex-assessor Fabrício Queiroz é preso em imóvel do advogado de Flávio e Jair Bolsonaro

Fabrício Queiroz deixa o Instituto Médico Legal em São Paulo Foto: TV Globo/Reprodução

Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro,  Fabrício Queiroz foi preso na na manhã desta quinta-feira em operação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Civil de São Paulo denominada Anjo,  apelido do advogado de Flávio, Frederick Wassef.  Queiroz e o senador são investigados pelo esquema da rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio. Ele foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo e seguirá ainda hoje para o Rio, onde é investigado.  Não houve resistência ou qualquer incidente no momento da prisão preventiva. O endereço onde Queiroz foi preso está em nome de Wassef, que atua também na defesa de Flávio no procedimento de investigação criminal.

O GLOBO apurou que a decisão do juiz Flávio Itabaiana, de 46 folhas, foi tomada por conveniência da instrução criminal, para garantia da ordem pública e para asseguramento da aplicação da lei penal, como informou o despacho. Um dos motivos, aliás, foi porque o casal estaria se escondendo há muito tempo, sem dados sobre o paradeiro de Queiroz desde que teve alta do hospital, em São Paulo, após ser operado, até a prisão de hoje.

A decisão que também determina buscas e apreensões em seis endereços, se baseou no Artigo 311 do Código de Processo Penal, permite que a prisão preventiva seja decretada na fase de investigação.

Após a prisão, Queiroz foi levado para fazer exame de corpo de delito no IML e na sequência seguiu para o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP)  para cumprir trâmites formais do mandado de prisão antes de ser transferido para o Rio.

O MP do Rio também cumpre mandados de busca e apreensão em diversos endereços da capital. Ele foram expedidos em uma decisão de 46 páginas do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do TJ do Rio. Foi decretado segredo de justiça no caso. Um dos mandados foi cumprido em uma casa em Bento Ribeiro onde mora uma assessora de Flávio chamada Alessandra Marins.

Ele esteve no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio entre 2007 e 2018 e, no período, emplacou sete parentes na estrutura. Além dele, também foram lotados outros sete parentes dele no gabinete de Flávio desde 2007. Entre os parentes de Queiroz investigados junto com ele, estão a mulher, a enteada e duas filhas, uma delas é a Nahtalia Queiroz, conhecida por ser personal trainer.

Delegado da Polícia Civil responsável pela operação que prendeu Queiroz, Osvaldo Nico Gonçalves afirmou à GloboNews que o portão da casa foi arrombado. Foram apreendidos dois celulares e documentos e um pequeno valor em dinheiro. Ele estava sozinho na casa.

O GLOBO apurou que o MP do RIO quer trazer Queiroz ao Rio, para que ele fique em prisão preventiva no sistema penitenciário fluminense. No entanto, o esquema para a vinda do ex-assessor de Flávio ainda está sendo montado e não há confirmação de que ocorrerá nesta quinta-feira.

Além da prisão de Queiroz, o MP-RJ obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de contato com testemunhas. São eles o servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho; os ex-funcionários da casa legislativa Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins; e o advogado Luis Gustavo Botto Maia.

Alvo principal desta quinta-feira, Queiroz se tornou investigado após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras enviar um relatório mostrando uma “movimentação atípica” de R$ 1,2 milhão, entre 2016 e 2017.

Questionado sobre a movimentação atípica em sua conta, Fabrício de Queiroz afirmou que suas transações financeiras eram fruto da compra e venda de veículos usados. Porém, além da movimentação de R$ 1,2 milhão, o ex-assessor da Alerj também entrou no radar do Coaf por outros R$ 5,8 milhões movimentados nos últimos três anos. Somados, os valores somam transações atípicas de R$ 7 milhões.

O Globo

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