Femurn cobra cumprimento de acordo e critica Governo

A Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) cobra do Governo do Estado esclarecimentos adicionais acerca das disposições contidas na Portaria nº 686, datada de 21 de junho de 2024), que estabelece procedimentos para impugnação aos índices provisórios de participação dos municípios no produto da arrecadação do ICMS.

O presidente da Femurn, Luciano Santos, informa que, após análise preliminar da portaria, “identificamos exigências que consideramos onerosas e desnecessárias” para os municípios, como a apresentação de cópias autenticadas da Escrituração Fiscal Digital (EFD), “documento que é essencialmente digital” .

Luciano Santos viajou a Brasília para participar da Mobilização Nacional Permanente, que reunirá pelo menos 700 prefeitos, mas antes comunicou, oficialmente, ao governo, que “tal exigência contraria a lógica de um documento digital e gera dúvidas e dificuldades operacionais para os municípios, considerando que todas as EFDs já estão nos bancos de dados da própria Secretaria de Estado da Fazenda”.

“Não queremos crer que a postura adotada tenha sido intencional para atender a prazos fixados sem a consulta aos municípios e, por isso, sentimo-nos profundamente desapontados com a falha no cumprimento das promessas feitas pelo Governo do Estado”, continuou Santos, para quem a necessidade de apresentação de documentos que já estão sob a guarda da Sefaz, configura, “a nosso ver, uma barreira desnecessária para o exercício do direito de impugnação pelos municípios. Isso apenas dificulta o processo e contraria os princípios de eficiência e economicidade que devem nortear a administração pública”.

Santos reiterou a frustração da Femurn “quanto ao não cumprimento dos compromissos assumidos pela Governadora Fátima Bezerra (PT), por exemplo, em fazer valer o Comitê Interfederativo”, criado pelo decreto nº 32.424/2023 em resposta às reivindicações dos prefeitos”. O Comitê, segundo o dirigente da Femurn, foi instituído com a finalidade de discutir, entre outras questões, as matérias como as tratadas na portaria mencionada, constituindo um espaço direto de comunicação e resolução de problemas entre a Sefaz e os municípios.
“Infelizmente, esse mecanismo não tem sido efetivamente implementado, gerando descontentamento e prejudicando a confiança mútua construída entre o governo estadual e os municípios”, lamentou Santos, que defende a necessidade de ativação e operacionalização efetiva do Comitê Interfederativo.

Em Brasília, o presidente da Femurn acompanha, na terça e quarta-feira (2 e 3), na Confederação Nacional de Municípios (CNM), a busca da aprovação de pautas prioritárias ainda antes do recesso parlamentar para os municípios de todo o país.

Pautas
A aprovação da Emenda 6 à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2023, que contou com apoio do governo federal durante a XXV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios e está na pauta do Plenário do Senado, será um dos destaques do encontro. A proposta da CNM prevê a desoneração permanente da folha de pagamento, o refinanciamento de dívidas dos Municípios com o Regime Geral de Previdência Social, um novo modelo de pagamento para os precatórios e a extensão da Reforma Previdenciária aos Municípios.

Entre os temas que serão cobrados pelo movimento municipalista está a desoneração permanente da folha de pagamento. Outro tema que será reforçado na mobilização é a urgência de um refinanciamento das dívidas previdenciárias e um novo modelo de pagamento para os precatórios.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.