Presidente da Câmara não pauta temas sobre sucessão no Planalto ao receber parlamentares em residência oficial
Fiel aliado do enfraquecido presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem se movimentado de forma discreta desde que a crise que abalou o Palácio do Planalto começou. Se seus gestos públicos são de manutenção da lealdade ao presidente, nos bastidores Maia tem recebido centenas de parlamentares que entram e saem de sua casa em reuniões que vão emendando uma na outra.
Quem frequenta a residência oficial da Câmara diz que Maia não pauta o tema da sucessão de Temer, mas que essa matéria é inescapável. E que quando o assunto se impõe, Maia “só ouve”. O mote dos encontros é a necessidade de o Legislativo continuar trabalhando. Nesse sentido, o presidente da Câmara não se exime de defender a reforma da Previdência, que veio do governo, mas que desde o início ele assumiu como se fosse sua.
Amigos mais próximos têm aconselhado Maia a ficar quieto sobre a sucessão presidencial para não parecer que está conspirando para derrubar Temer, azedando a relação com a base aliada do governo, que é justamente de quem dependerá para angariar votos numa eventual eleição indireta.
Por outro lado, o entendimento desses conselheiros é que ele deve continuar expressando sua convicção com relação à necessidade das reformas. Isso o credenciaria, junto a importantes setores da sociedade como alguém que daria seguimento ao programa de recuperação econômica arquitetado pela atual equipe econômica e que conta com o apoio do mercado financeiro.