Flávio Rocha lança movimento por candidato liberal ‘de cabo a rabo’

Presidente das Lojas Riachuelo, o empresário Flávio Rocha lançou nesta quarta-feira, em Nova York, um manifesto político em busca de um candidato a presidente do Brasil que seja liberal “de cabo a rabo”, não só na economia, mas também nos costumes.

— Os políticos descobriram o nicho do liberalismo econômico. Durante tanto tempo foi palavrão falar em Estado mínimo, privatização. Mas o que está incomodando a enorme maioria do eleitorado brasileiro, que é conservadora, é a ausência de um discurso que se contraponha ao marxismo cultural — diz Rocha.

Ele defende, por exemplo, o fim da política de desarmamento, a redução da maioridade penal, é contra a chamada “ideologia de gênero”, reclama da suposta desmoralização da polícia e do “enaltecimento do bandido, que é a eterna vítima da sociedade”.

— É uma extensa pauta conservadora que se tornou tabu. Ficam os candidatos do nosso lado confinados na zona de conforto do debate econômico e não dão um passo — afirma o empresário. As informações são de Fernanda Krakovics –  O Globo.

Ele diz que já conversou com vários pré-candidatos e não sentiu “eco”, apesar de avaliar que há mais do que um nicho, em sim “uma cratera aberta” para alguém com esse perfil. Ele nega que pretenda concorrer nas eleições deste ano:

— Eu não me vejo com potencial eleitoral, sou quase um anônimo. A intenção do movimento é instigar os projetos políticos que estão em desenvolvimento.

Rocha foi deputado federal por dois mandatos (1987-1995) e chegou a se lançar para presidente da República, em 1994, pelo Partido Liberal, mas retirou sua candidatura em meio a acusações de irregularidade no financiamento eleitoral.

O movimento foi intitulado “Brasil 200 anos”, em referência aos dois séculos de independência do país a serem completados em 2022, quando termina o próximo mandato presidencial. O ato foi realizado em uma feira do setor de varejo em Nova York.

Segundo Rocha, o movimenta conta com o apoio de empresários como Luiza Trajano (Magazine Luiza), Sônia Hess (Dudalina) e Luciano Hang (Havan).

Em documento de duas páginas e meia, o movimento defende, por exemplo, que “o livre mercado não é apenas a melhor arma contra a pobreza, é a única”.

Apesar de ter participado, no início do mês, de um culto da igreja evangélica Sara Nossa Terra ao lado do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto, Rocha não demonstra entusiasmo em relação ao auxiliar do presidente Michel Temer:

— As colocações dele são muito restritas ao plano econômico.

Já em relação ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), segundo lugar nas pesquisas, o presidente da Riachuelo diz ele é direita no comportamento, mas esquerda na economia:

— Ele é estatizante, questiona a necessidade das reformas, principalmente a previdenciária.

Rocha diz não estar convencido da guinada liberal do discurso de Bolsonaro:

— Ele está tentando conquistar esse nicho, até anunciou o (economista) Paulo Guedes (como colaborador), que é incontestavelmente um liberal, mas vamos ver. Acho que a convicção é questionável.

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