França bate a Croácia por 4 x 2 e conquista o bicampeonato mundial

Jogadores da França levantam a taça de campeã do mundo. Foto: Matthias Schrader/AP

A vitória sobre a Croácia por 4 a 2, na final da Copa do Mundo da Rússia, neste domingo, coloca a França em um novo patamar no futebol mundial. O time entra agora em clube seleto e qualificado dos bicampeões mundiais, ao lado de Argentina e Uruguai. A seleção deixa para trás Espanha e Inglaterra, donas de uma conquista cada uma. Com uma bela atuação ofensiva, o time sofreu pouco diante da Croácia e conquista seu segundo título exatamente 20 anos depois da vitória de 1998, quando venceu em casa. A França foi consistente do começo ao fim da Copa.

A exemplo do que aconteceu nos jogos anteriores, o time de Didier Deschamps conseguiu equilíbrio entre ataque e defesa e teve poucos momentos de sofrimento na partida. As boas atuações de Griezmann e Mbappé garantiram a folga no placar. A Croácia mostrou desgaste físico após a disputa de três prorrogações na Copa do Mundo, lutou até o final, mas sempre esteve atrás no placar.

A França adotou uma estratégia arriscada no início do jogo e deixou que a Croácia ficasse com a bola. O time de Didier Deschamps começou a marcar atrás linha da bola e claramente esperava uma chance para contra-atacar. Foi uma atitude inesperada para a equipe favorita antes do início do jogo em função da campanha que fez na Copa: cinco vitórias e um empate. Foi esse estilo que o goleiro belga Courtois criticou após as semifinais, mas depois reconsiderou.

Gonçalo Junior, enviado Especial / Moscou, O Estado de S.Paulo

Para abrir o placar, a França usou o mesmo expediente que havia garantido sua classificação à final com a vitória suada sobre a Bélgica: a bola parada. Após cobrança de falta, em um lance polêmico aos 18 minutos, o artilheiro Mandzukic cabeceou para trás e fez gol contra. O mesmo atacante que garantiu a vaga da Croácia na final, marcando diante da Inglaterra na prorrogação, deixou a França à frente no placar.

As arquibancadas do estádio de Luzhniki mostraram divisão. Embora croatas e franceses estejam em grande número, torcedores de diversos países, como México, Argentina, Colômbia e Alemanha, marcaram presença e se dividiram entre os finalistas. Os brasileiros, também em grande número, penderam para o lado croata.

A Croácia mostrou boa movimentação e continuou melhor no jogo. Mesmo depois de três prorrogações nas fases anteriores, o time mostrava um jogo dinâmico com boa variação de jogadas pelos lados do campo. Rakitic, melhor do time no primeiro tempo, apostava nos lançamentos para Perisic. Após cobrança de escanteio, o time croata conseguiu o empate aos 27 minutos. Perisic driblou e chute firme de perna esquerda. Foi seu terceiro gol em sete jogos.

Grande novidade do Mundial, o VAR (árbitro assistente de vídeo) teve interferência na final da Copa no segundo gol da França. Diante das reclamações dos franceses de toque de Perisic após cobrança de escanteio, o árbitro argentino Nestor Pitana ouviu as recomendações dos assistentes de vídeo e vai à beira do campo para rever o lance. Após muita indecisão, em que voltou ao vídeo por duas vezes, o argentino assinala o pênalti. Na cobrança, Griezmann deslocou o goleiro Subasic e colocou a França em vantagem novamente. Foi seu quatro gol no Mundial. Foi o primeiro pênalti durante o tempo normal em uma final de Copa desde 2006.

A Croácia quase conseguiu o empate no primeiro tempo em duas cobranças de escanteio que levaram perigo. Embora tenha finalizado o primeiro tempo com 61% de posse de bola e sete finalizações, os croatas acertaram apenas uma vez o alvo.

Com a vantagem no placar, a França voltou a apostar no contra-ataque. O arco era Pogba; a flecha, Mbappé. Com essas peças, o time conseguiu o terceiro gol no início do segundo tempo. Aos 14 minutos, o camisa 6 lançou Mbappé. Após rebatida da zaga, Pogba chutou de perna esquerda. Depois de afirmar que estava fazendo sacríficios no Mundial, fazendo funções mais defensivas antes de chegar ao ataque, Pogba fez seu primeiro gol na Copa.

Sem a organização e o equilíbrio tático dos últimos jogos, a Croácia deu espaço – muito espaço – para um time mortal no contra-ataque. O quarto gol saiu rapidamente, cinco minutos depois. O astro do time, Kyllian Mbappé, chuta de fora da área, de longe para estabelecer a goleada: 4 a 1. O lance foi construído em grande jogada do lateral Hernandez.

Mesmo em uma final recheada de alternativas técnicas e táticas, os erros também apareceram. Erros grotescos. O goleiro Lloris tentou driblar o atacante Mandzukic e perdeu a bola na pequena área. Gol da Croácia: 4 a 2. Foi provavelmente a única grande falha defensiva da França na Copa.

Ficha técnica

França 4 x 2 Croácia

Gols: Mandzukic (contra) aos 18, Ivan Perisic aos 27 minutos e Griezmann, aos 37 do 1º T; Pogba, aos 14 e Mbappé aos 19 minutos do segundo tempo e Mandzukic, aos 24 minutos do 2º tempo.

França: Lloris; Pavard, Varane, Umtiti e Hernandez; Kante (Nzonzi), Pogba, Matuidi (Tolisso), Griezmann e Mbappé; Giroud (Fekir). Técnico: Dider Deschamps

Croácia: Subasic; Vrsaljko, Lovren, Vida e Strinic (Pjaca); Brozovic, Rakitic, Perisic, Modric e Rebic (Kramaric); Mandzukic; Técnico; Zlatko Dalic.

Cartões amarelos: Kanté, Hernandez, Vrsaljko

Local: Luzhniki (Moscou)

Árbitro: Nestor Pitana

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.