Excluindo os gastos referentes à pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, a execução das despesas públicas ao longo de 2020 é a maior da série histórica do Portal da Transparência. Entre janeiro e março, os gastos chegaram a 37% do orçamento disponibilizado. A título de comparação, no mesmo período de 2014 – primeiro ano da série disponível – o índice alcançou 26,33%.
Somado a isso, o governo aumentou seus dispêndios em função das necessidades advindas da pandemia, autorizadas pelo chamado “orçamento de guerra”. Até junho, a União desembolsou R$ 1,96 trilhão. O montante equivale a 49% do previsto para todo o ano de 2020: R$ 4 trilhões.
A conclusão faz parte de um levantamento do Metrópoles com base em dados disponibilizados pelo Portal da Transparência, plataforma de prestação de contas do governo federal. Mesmo antes da Covid-19 chegar ao país, em 28 de fevereiro, a despesa estava acima da média.
Em abril e maio, antes da aprovação do orçamento de guerra, recurso autorizado pelo Congresso para o combate à pandemia, também estava maior que em anos anteriores da série histórica (veja tabela abaixo).
Em maio e junho, meses em que o Brasil enfrentava os efeitos do coronavírus, a velocidade de execução caiu. Passou de 16,8% em março, para 11% e 12,4% em maio e junho, respectivamente. Ainda assim, superou outros anos. Normalmente, os gastos públicos aumentam entre outubro e dezembro.
Além dos gastos, ministérios, órgãos federais e autarquias, entre outros, empenharam, ou seja, reservaram para efetuar um pagamento planejado, outros R$ 2,5 trilhões.
Entre as principais despesas —isso nas áreas finais — estão pagamentos da Previdência Social (R$ 398 bilhões), assistência social (R$ 179 bilhões), saúde (R$ 76 bilhões), educação (R$ 43 bilhões) e trabalho (R$ 43 bilhões). Outras despesas somam R$ 70,8 bilhões.
Metrópoles