Generais prestigiam Bolsonaro em evento na Vila Militar

O general Luiz Eduardo Ramos, comandante Militar do Sudeste, virou-se para bater continência ao chefe do Estado Maior do Exército, general Fernando de Azevedo e Silva, maior autoridade abaixo do comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas. Entre Ramos e Fernando, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) mantinha o ar solene como se passasse a tropa em revista.

A formatura de 750 soldados do curso de formação de paraquedista ocorreu na manhã deste sábado na Vila Militar em Deodoro, Zona Oeste do Rio. O Exército afirmou que Bolsonaro, capitão da reserva, participa da formatura desde 1988 e sempre foi convidado como todos os ex-paraquedistas. Dessa vez, porém, o deputado foi o centro das atenções.

Bolsonaro trocava afagos, abraços e conversava ao pé do ouvido com o general Ramos, comandante de todas as tropas do Estado de São Paulo. Ele serviu na brigada paraquedista no Rio, de onde saiu jovem segundo tenente, e disse que conheceu o deputado no quartel. O Globo

– Eu o conheço desde os tempos de cadete na academia militar. Nós servimos juntos aqui (na brigada) e moramos juntos Vila Militar. Os filhos deles são amigos das minhas filhas. Sou amigo dele independente do que vai ocorrer na eleição – disse o general Ramos.

O general Braga Netto, interventor na segurança pública do Rio, e o general Fernando também trocaram gentilezas com o deputado.

Mesmo sem a vaga de candidato a vice na chapa, o general da reserva Augusto Heleno, que tem prestígio entre os militares do país, ficou ao lado de Bolsonaro na solenidade.

– Em nenhum momento eu recusei ser vice. O impedimento foi por conta de partido – disse o militar.

O PRP preferiu não indicá-lo. Bolsonaro disse que são grandes as chances de a vaga ficar com Janaína Paschoal, também do PSL.

No início do evento de formatura, o deputado subiu ao palco ao lado dos generais. Não houve manifestação do público quando mencionaram o seu nome ao microfone. Pouco depois, porém, ele se tornou a celebridade entre os presentes. Os soldados que fizeram o curso de três meses ficaram de frente para o palco num campo de futebol, enquanto aviões lançavam paraquedistas que aterrissavam perto da tropa.

Antes do discurso dos generais e do desfile da tropa, os organizadores liberaram as centenas de familiares para cumprimentar os soldados pela formatura. Bolsonaro foi junto com a multidão. Virou uma sessão de fotos e selfies, como se ele estivesse numa campanha corpo a corpo. Posou para retratos com a boina grená dos paraquedistas cedidas pelos soldados, pegou crianças no colo e abraçou quem pedia. Um coronel pediu pacientemente que ele voltasse ao palco para a formatura continuar. Sempre rigorosos com eventos militares, os generais não pareciam incomodados com a interrupção.

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