Servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Federal de Educação do RN (IFRN) realizaram atos de mobilização nesta segunda-feira (3) para pressionar o Governo sobre as pautas dos servidores técnicos-administrativos e professores de ambas as instituições que desencadearam em paralisações por tempo indeterminado. Na universidade, os servidores caminharam pela marginal da BR-101 e chegaram a fechar o acesso à instituição por cerca de 20 minutos, causando um congestionamento que compremeteu o tráfego. No caso da UFRN, o ato foi coordenado pelo Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior (Sin-test/RN). Já no IFRN, o movimento teve como representação o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissionais e Tecnológica (Sinasefe).
“Essa mobilização é pelo fato de o Governo não ter ainda atendido nossas reivindicações. Queremos mostrar à sociedade contra quem nós estamos lutando, que é o Governo Lula. Fizemos uma caminhada, com queima de pneus e as atividades vão continuar”, disse José Rebouças, representante do comando local de greve do Sintest.
Ele criticou as propostas do Governo para os técnicos-administrativos e diz que houve poucos avanços nas negociações. Depois de três propostas, foi oferecido 0% para 2024 aos servidores, 9% para 2025 e 3,5% em 2026. “Nós reivindicamos 34% de reajuste salarial. Isso não atende minimamente nossas demandas, porque repõe apenas 12%”, afirma Rebouças.
A greve dos servidores técnicos da UFRN teve início em março deste ano. No mês seguinte, foi a vez do corpo docente da instituição aderir. Nesta terça e quarta-feira (5), às 9h, o movimento realizará uma assembleia geral. “É para planejar novas atividades de rua, porque até agora nós fizemos atividades dentro do campus, mas queremos dialogar com a sociedade e mostrar nossa indignação”, finalizou o representante do Sintest.
No IFRN a paralisação por tempo indeterminado reuniu professores e técnicos desde o início. Nesta segunda, os trabalhadores realizaram um piquete na reitoria do Campus Central, no Tirol, para chamar a atenção dos trabalhadores que ainda não aderiram à greve. “O comando de greve e os servidores resolveram fazer um piquete para chamar para conversar os servidores que poderiam acessar o campus para trabalhar. Esse ato é uma aula pública para conscientizar a população, nossos colegas e alunos”, esclareceu Fernando Varela, coordenador geral do Sinasefe/Natal.
Ontem, a greve do IFRN completou 60 dias e, segundo Varela, não houve avanço nas negociações. “Vamos tentar retomar o diálogo com o Governo, que já sinalizou não ter mais proposta e nós entendemos não ser assim que funciona. Queremos a substituição do representante do governo, porque ele virou as costas para nós. Não há perspectiva de avanço e, por isso, tanto nas assembleias estaduais quanto na Plenária Nacional, a categoria continua em greve”, disse Varela.