Ex-assessor especial do presidente Michel Temer foi flagrado recebendo mala com R$ 500 mil
‘Homem da mala’, o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) depõe nesta sexta-feira na sede da Polícia Federal (PF). Loures, ex-assessor especial do presidente Michel Temer, já inclusive deixou a cela que ocupa na Papuda — e que divide com o doleiro Lúcio Funaro, ligado ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Na última terça-feira, Rocha Loures teve seu pedido de habeas corpus negado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele está preso desde o último sábado, por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF.
No pedido de soltura, a defesa reclamou que o decreto de prisão saiu “na calada da noite”, sem que os advogados tivessem sido ouvidos previamente. Os advogados também reclamaram das prisões na Lava-Jato. Para eles, são realizadas com objetivo de forçar delações premiadas.
Lewandowski não analisou as ponderações. Ele explicou que a Corte entende que não pode ser admitido habeas corpus contra a decisão de um ministro do próprio Supremo.
Rocha Loures e Temer são investigados no mesmo inquérito por corrupção e tentativa de obstrução da justiça. No pedido de prisão, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o ex-deputado é um assessor próximo do presidente.
O ex-deputado é acusado de receber uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS em nome de Temer. O suposto suborno seria a primeira parcela de uma propina de R$ 480 milhões a ser paga ao longo de 20 anos, conforme o sucesso das transações da empresa.