O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu, nesta terça-feira (14), Jean Paul Prates do comando da Petrobras. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, para o seu lugar, Lula deve indicar Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O presidente deve justificar a demissão de Prates pela “demora de entrega de promessas”. A demissão foi anunciada em uma reunião no Palácio do Planalto em que estavam, além de Prates, os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa. Segundo apurou a reportagem, a indicação de Chambriard é de Rui Costa.
A demissão de Prates acontece um dia após a divulgação do balanço da companhia. Mas a causa da troca, apurou o Estadão/Broadcast, deve-se à cobrança por maior velocidade na execução dos projetos anunciados pela empresa, principalmente em relação à encomenda de navios aos estaleiros brasileiros.
Lula já demonstrava insatisfação com o trabalho de Prates havia meses. Ele chegou a sondar o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, para o lugar.
O primeiro atrito entre eles surgiu quando houve uma discussão sobre a distribuição de lucros da empresa.
Em abril, Prates pediu audiência a Lula para esclarecer sua situação no cargo. O presidente não chegou a recebê-lo, e deixou a situação em banho-maria. Lula vinha demonstrando incômodo com Prates em ao menos um episódio anterior e mencionado em conversas em março uma potencial troca de Prates por Mercadante.
O presidente teria ficado contrariado com tuítes disparados por Prates na rede social X (antigo Twitter), em meados de março, declarando que a orientação para reter os dividendos extraordinários da Petrobras partiu do governo Lula —o que aumentou a polêmica em torno dos dividendos.
O presidente da Petrobras também entrou em choque com o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), ministro Bruno Dantas. Prates cobrou explicações de Dantas sobre matéria que revelou que a área técnica do TCU pediu a suspensão de um contrato firmado pela Petrobras com a empresa de fertilizantes Proquigel Química (Grupo Unigel) por indícios de irregularidades graves. A assinatura do contrato seria antieconômico, segundo a avaliação, com estimativas de prejuízo de R$ 487,1 milhões no prazo de oito meses.
Prates chegou a voltar ao X para ironizar sua possível saída do comando da companhia. Ele reproduziu na época uma suposta troca de mensagens de WhatsApp que dizia que ele sairia, sim, da Petrobras, mas para jantar —e estaria de volta no dia seguinte cedo, com a agenda cheia.