O sócio-proprietário do grupo J&F – detentor do poderoso frigorífico JBS – Joesley Batista está correndo contra o tempo para validar seu acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato.
Segundo a coluna “Expresso”, da revista “Época”, o empresário já entregou 32 anexos complementares com informações sobre atos de corrupção cometidos por agentes públicos. Quem muito aparece na papelada, segundo a coluna, são o ex-ministro Guido Mantega e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Há informações também sobre o senador tucano Aécio Neves (MG) e o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine.
Joesley teve o acordo de delação suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após virem à tona informações sobre irregularidades nas negociações entre ele e a Procuradoria Geral da República (PGR).
Com a suspensão do acordo, que garantia imunidade penal ao empresário, ele e o irmão, Wesley, foram presos. As delações dos empresários, e de outros executivos da JBS, atingiram em cheio a cúpula do MDB, incluindo o presidente da República, Michel Temer. As informações prestadas por Joesley, que chegou a gravar uma conversa com Temer sobre a suposta compra de silêncio de Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro, levaram a PGR a oferecer duas denúncias contra o presidente. Mas a Câmara barrou o seguimento das investigações. Outro inquérito que tem Temer como alvo está em andamento.
Advogado. Segundo a coluna “Radar”, da revista “Veja”, a Receita Federal da Espanha passou um pente fino nas movimentações financeiras do ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran, mas não encontrou irregularidades.
Duran é desafeto do juiz Sergio Moro, responsável pelas ações originárias da Lava Jato em primeira instância. O resultado do pente fino constitui importante vitória para o advogado.
