Jucá recebeu 75 visitas do lobista da Odebrecht

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) durante sessão plenária do Senado Federal, em Brasília (DF). Filhos do parlamentar foram alvos hoje da Operação Anel de Giges, da Polícia Federal

Registros de entrada no Senado entregues à Polícia Federal revelam que Romero Jucá (PMDB-RR) foi o senador mais visitado pelo lobista da Odebrecht Cláudio Melo Filho na época em que tramitaram medidas provisórias que, segundo delatores da empreiteira, foram “compradas” para favorecer o grupo.

Em sua delação, Melo Filho disse à Procuradoria-Geral da República que, em um dos casos, a empresa pagou cerca de R$ 7 milhões via caixa dois para garantir a aprovação da MP 613/2013, que beneficiava com isenções fiscais a Braskem, empresa petroquímica do Grupo Odebrecht, e produtores de etanol. Desse valor, segundo Melo Filho, cerca de R$ 4 milhões foram para Jucá.

Os registros de entrada, fornecidos pela Secretaria de Polícia do Senado, constam do inquérito da PF que investiga a suposta “venda” de quatro MPs. Nos dias em que essas MPs tramitaram no Congresso, Melo Filho entrou no Senado cerca de 20 vezes rumo ao gabinete de Jucá. No total, de 2009 a 2014, período das informações coletadas pela PF, o lobista esteve no Senado 75 vezes para visitar o senador.

Também são alvos no inquérito os senadores Renan, Eunício Oliveira (PMDB-CE), hoje presidente do Senado, e os deputados Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara. Todos negam as acusações da Odebrecht.

OUTRO LADO

Jucá afirmou, em nota, que, “como líder do governo, recebe várias pessoas de diversos setores e áreas”. “A delação do senhor Claudio Melo se mostrará sem comprovação, assim como outras em curso.”

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