Juíza da Lava-Jato solta banqueiro preso na operação Poço Seco

O ex-banqueiro José Augusto Ferreira dos Santos, que teve prisão temporária efetivada na última sexta-feira durante a deflagração da operação Poço Seco, 41ª fase da Lava-Jato, foi libertado hoje pela juíza Gabriela Hardt, substituta do juiz Sergio Moro, que está viagem ao exterior.

A Poço Seco investiga operações financeiras que geraram pagamento de vantagens indevidas no exterior após a aquisição pela Petrobras de direitos de exploração de petróleo em uma plataforma no Benin, na África. O contrato teve interferência do ex-deputado federal Eduardo Cunha, já condenado em ação separada sobre o caso.

José Augusto Ferreira dos Santos era dono do Banco BVA e suspeito de ter recebido, em conjunto com o ex-diretor da Petrobras Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos, mais de US$ 5,5 milhões, por sua participação no negócio. As informações são de O Globo.

Ele também era sócio do operador João Augusto Rezende Henriques, ligado ao PMDB, e que atuou como intermediário na compra da plataforma pela Petrobras. O banco BVA faliu em 2013. Henriques também já foi condenado pelo pagamento de vantagens indevidas pelo contrato.

Em sua decisão, Gabriela Hardt afirmou que a prisão de cinco dias foi decretada para evitar que José Augusto Ferreira dos Santos se livrasse de possíveis provas ou combinasse uma versão sobre as denúncias da força-tarefa da Lava-Jato.

“Efetuada a busca e colhidas as primeiras declarações, a medida não mais se faz necessária”, afirmou Hardt, que emendou: “Assim, considerando que a prisão temporária cumpriu seu objetivo, de preservar a colheita inicial da prova, não é o caso de mantê-la”.

Santos, no entanto, terá que cumprir medidas especificadas pela juíza, como o comparecimento a todos os atos do processo, a obrigação de não mudar de endereço ou deixar sua residência por mais de 30 dias sem autorização ou deixar o país.

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