Líderes da base aliada defenderam as declarações do presidente Michel Temer sobre as exonerações de indicados por parlamentares que se mostrem infiéis nas votações de interesse do governo. Em entrevista ao GLOBO, Temer afirmou que a perda dos cargos por parte daqueles que votarem contra será uma “regra”. Já para a oposição, a medida é “violenta” e não deve surtir o efeito desejado.
O líder do PMDB, Baleia Rossi (SP), diz que não é possível aceitar meio termo na defesa das propostas do governo.
– Essa é a regra da política. Não dá para ser meio governo ou meia oposição. Ou se é governo, ou se é oposição. É absolutamente fácil ser governo com o presidente Michel, porque ele dialoga, aceita sugestões. A gente vê que governo aceita as sugestões e mudanças do Congresso. Na política, não tem espaço para meia situação ou meia oposição – afirma. As informações são de O Globo.
Para o líder do DEM, Efraim Filho (PB), o governo está correto ao promover as exonerações e, assim, “enxugar” a base aliada. Para o deputado, esta é uma estratégia boa para assegurar um alinhamento às propostas do Palácio do Planalto.
– O governo percebeu que é melhor ter uma base sólida de 320 a 350 deputados do que alardear que tem mais de 400, como dizia, que quando chega na hora na votação não aparece. O governo corrige essa estratégia e tem uma base mais coesa e mais unida. É o melhor caminho. Quem não acompanha a agenda do governo, não pode ser governo. Não é perseguição, é acolher quem se alinha com a agenda do governo. Quer ser governo votando contra, não pode. O governo está dando a opção do parlamentar escolher. É uma opção de ser oposição – diz.
O tucano Ricardo Trípoli (SP), líder de seu partido na Câmara, defende que o movimento deveria ser contrário, ou seja, que os deputados que não se sentirem confortáveis com as medidas governistas deveriam entregar os cargos que hoje ocupam por meio de indicados. Para o deputado, não faz sentido manter espaço no governo se não se está alinhado com suas diretrizes.
– Quem está governando tem direito de pleitear espaço no governo. O PSDB tem ministérios, eu me sinto representado pelos ministros. Mesmo apoiando governo, me sinto mais tranquilo não tendo espaço no governo. Mas, tem alguns que foram ferozes em ocupar cargos e espaços e fazem discursos contra governo. É um contrassenso. Acho que deveria ser o inverso: quem fez indicação e quer votar contra o governo deveria entregar os cargos para ficar mais à vontade. Quem tem cargo tem que mudar ou entregar indicações porque tem posições divergentes. É legítimo – defende Trípoli.
Já para o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), a estratégia do governo é “violenta” e não deve surtir o efeito desejado de assegurar mais votos a favor da Previdência. Para o petista, a pressão popular contrária à medida será mais forte que a do governo.
– O governo começou doce e meigo, oferecendo cargos e emendas, e agora, como não está conseguindo convencer, está apelando para a truculência. Passou da sedução para o estupro. É violento o que estão fazendo e podem se dar mal. Os deputados falam: “Temer não é mais candidato a nada, mas eu sou. E como fico na base?”. É o grande dilema da base do governo, também pressionada pela base eleitoral, que não quer a reforma da Previdência. Vai pesar mais a opinião pública sobre os deputados – aponta Zarattini.
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