O jurista Miguel Reale Junior, ex-ministro da Justiça no governo FHC, pediu desfiliação do PSDB, após a decisão do partido nesta segunda (12) de permanecer no governo Michel Temer, mesmo diante da crise eclodida com a delação da JBS.
Miguel Reale Junior foi um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Estava filiado ao partido desde 1990, após participar ativamente da campanha de Ulysses Guimarães à Presidência da República, em 1989.
“Eles [lideranças do PSDB] não avaliaram que simpatizantes e filiados do partido se opõem a essa decisão [de ficar no governo]. O PSDB não atendeu as suas bases. O eleitorado do PSDB tem a ética e a luta contra a corrupção como focos”, disse ele.
Reale Junior suscitou nomes como Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso na luta pela ética, mas disse que o partido agora ignora os fatos graves revelados pela delação dos empresários Wesley e Joesley Batista, donos do frigorífico JBS.
Na delação, o presidente Michel Temer aparece numa conversa gravada por Joesley Batista no Palácio do Jaburu, sede da Vice-Presidência. Nela, o peemedebista é suspeito de dar anuência a atos de corrupção no governo.