Ministério Público Federal denuncia Lula no caso do sítio de Atibaia

Fotos do sítio frequentado por Lula

A força-tarefa da Operação Lava Jato denunciou mais uma vez o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda (22) –desta vez, sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro no sítio de Atibaia (SP).

Além de Lula, foram denunciadas outras 12 pessoas. Entre elas, estão os empresários Emílio e Marcelo Odebrecht, da empreiteira Odebrecht; Leo Pinheiro, da OAS; o pecuarista José Carlos Bumlai; e o proprietário formal do sítio, Fernando Bittar.

Segundo a denúncia, o ex-presidente se beneficiou de R$ 1,02 milhão em benfeitorias no sítio, que era frequentado pelo petista e seus familiares. As reformas teriam sido pagas pelas empreiteiras Odebrecht e OAS. As informações são da Folha de São Paulo.

Uma reportagem da Folha, em janeiro de 2016, revelou que a Odebrecht realizou a maior parte das obras no local, gastando R$ 500 mil apenas em materiais.

Para a Procuradoria, o sítio, que está em nome de Bittar e do empresário Jonas Suassuna, pertencia, na realidade, a Lula, “proprietário de fato” do local, e foi comprado em seu benefício.

“Foram colhidas variadas provas de que Lula (1) gerenciava o dia a dia do Sítio de Atibaia, sendo reportado de todas as questões atinentes a propriedade, (2) compareceu no local centenas de vezes, em conjunto com sua segurança institucional, exercendo a posse e propriedade do local, (3) mantinha no sítio de Atibaia uma variedade de itens de uso próprio e pessoal, inclusive ocupando a suíte principal da sede, (4) ao passo que, Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna raramente compareciam ao local e, de fato, não exerciam sequer a posse do imóvel”, diz trecho da denúncia.

CAMINHO DO DINHEIRO

Os valores usados nas reformas teriam vindo, segundo a denúncia do Ministério Público, de contratos das empreiteiras na Petrobras, e repassados como vantagem ilícita ao ex-presidente.

O ex-presidente é apontado novamente pelo Ministério Público como o responsável por estruturar o esquema de corrupção na Petrobras, a fim de dar sustentação política ao governo e sua base aliada, além de arrecadar recursos para campanhas eleitorais e enriquecimento ilícito.

Os valores eram contabilizados, afirmam os procuradores, em um “caixa geral” de propinas a favor do PT e do ex-presidente, e saíam de percentuais negociados em cartéis entre as construtoras que forneciam à estatal.

É o mesmo esquema relatado na ação do tríplex no Guarujá (SP), em que Lula é réu e cujo andamento está em fase final.

“É certo que parte desses valores de propina foi direcionada, de forma dissimulada, como doação oficial, para o Partido dos Trabalhadores, mas coube a Lula receber diretamente e indiretamente, por meio dos funcionários da Petrobras e dos agentes e partidos políticos, as vantagens indevidas decorrentes do esquema”, escrevem os procuradores.

O empreiteiro Emílio Odebrecht, patriarca do grupo empresarial e que vira réu pela primeira vez na Lava Jato, é apontado como um dos interlocutores de Lula, e responsável por ordenar o início das obras no sítio “mediante a total ocultação da participação da companhia”.

O dinheiro, por sua ordem, veio do departamento de propinas da empresa, o Setor de Operações Estruturadas, segundo o próprio Emílio relatou em delação premiada.

Esta é a quarta denúncia contra Lula na Operação Lava Jato -e a sexta a que o petista responde sob acusação de corrupção, lavagem ou obstrução de justiça

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