Ministro Alexandre de Moraes dribla perguntas sobre o STF

Alexandre de Moraes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes se mostrou irritado nessa sexta-feira (13) ao ser questionado sobre questões referentes à Corte. Ele esteve na capital mineira para participar de um seminário promovido pela Associação dos Juízes Federais (Ajufe). Durante a palestra de cerca de uma hora, o ministro somente falou de temas relacionados à segurança pública.

Após a explanação, que encerrou o evento, Alexandre de Moraes foi questionado por jornalistas sobre assuntos que tramitam no Supremo, mas repetiu por diversas vezes, demonstrando irritabilidade, que não iria comentar. “Eu já falei durante uma hora, podem usar o que falei”, disse ele, que tirou várias fotografias com alunos.

A nível nacional, o ministro está no centro de duas questões polêmicas, das quais preferiu se esquivar nessa sexta-feira (13) na capital mineira. Ele faz parte da Primeira Turma do STF que vai decidir, na próxima terça-feira, se recebe a denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB), no âmbito da operação Lava Jato, e o torna réu por corrupção e obstrução de Justiça.

Além disso, Alexandre de Moraes tem sido pressionado por membros do PT e pessoas do alto escalão do Palácio do Planalto para mudar de posicionamento sobre o cumprimento da execução penal após decisão de segunda instância. O ministro não concorda com a tese de que a pessoa somente possa ser presa após a decisão transitar em julgado. FRANSCINY ALVES – O Tempo.

Durante a palestra, Moraes disse que a macrocriminalidade violenta, como a do tráfico de drogas, foi se organizando, enquanto a área da Justiça não se organizou para combatê-la. Ele diz que isso é diferente do que ocorreu entre aqueles que atuam na área de enfrentamento à macrocriminalidade em corrupção de colarinho branco.

“Houve uma organização maior, de rastreamento do dinheiro, acordos de cooperação internacional, mecanismos para recuperação do dinheiro, e novos instrumentos foram trazidos, entre eles o da colaboração premiada. Esses são instrumentos e mecanismos que têm funcionado e vêm funcionando para o combate à macrocriminalidade não violenta, de corrupção”, afirmou ele, ressaltando que, logicamente, a corrupção gera mortes.

Alexandre de Moraes ainda disse que, na Justiça, é necessário investimento nas áreas de infraestrutura, perícias, mecanismo de investigação e inteligência para realizar um trabalho eficaz. “Há uma série de fundos de previsões de arrecadação do governo federal que, historicamente, ficam contingenciados para fazer superávit. Se pegar uma parte pequena disso, dá para financiar tudo sem aumentar imposto. E isso já está mapeado para ver se o Congresso Nacional aprova. Se nada for feito, principalmente na macrocriminalidade, vamos continuar enxugando gelo”, disparou.

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