Mulher com nanismo que deu à luz trigêmeas no RN há quase 10 anos relata dificuldades para se manter: ‘sobrevivendo com ajuda’

Maria Dulcineia da Silva foi surpreendida há quase 10 anos ao saber que estava grávida de trigêmeas. Com 1,20 metro de altura e então com 35 anos de idade, a gravidez era considerada de risco. Ela ficou quase 10 meses internada na Maternidade Escola Januário Cicco, da UFRN, para acompanhamento até o nascimento das filhas, que aconteceu de forma prematura.

Quase uma década passada, a realidade da família é difícil. Maria Dulcinéia mora no município de Bom Jesus, no interior do Rio Grande do Norte, com as filhas. Ela – que além do nanismo, é cega de um olho e tem 40% de visão no outro – vive de auxílios do governo federal e do município. Mas não tem sido suficiente para manter uma vida digna, garante.

“Há cerca de um mês, eu fique totalmente às escuras, sem luz. Eu atrasei porque estava sem condições de pagar”, contou Maria Dulcinéia.

As três filhas de Maria Dulcinéia, que completaram 9 anos de idade em 2 de abril de 2023 — Foto: Cedida

As três filhas de Maria Dulcinéia, que completaram 9 anos de idade em 2 de abril de 2023 — Foto: Cedida

Ela explica que mora em uma casa alugada com as três filhas e que o “auxílio que eu dou é muito pouco” para pagar a estadia. Sem marido – que a abandonou na época da gravidez das filhas – e sem família de sangue próxima, ela se vira como pode, como com a ajuda de vizinhos.

“Hoje eu não tinha muito o que dar de café da manhã para elas, por exemplo… Conto com muita ajuda também. Quando me falta um arroz ou um feijão, minhas vizinhas me dão”, explicou.

Maria Dulcineia diz que hoje não tem condições de manter certos alimentos em casa. “A geladeira não funciona, já que estamos sem energia elétrica”, lembrou.

“Em relação à alimentação, já está diminuído para mim. Tem momento que ou eu pago a água ou faço a feira”.

Maria Elena, a filha que tem a deficiência visual, conseguiu uma chance para estudar em Natal – para onde vai com o auxílio da prefeitura de Bom Jesus, segundo a mãe. As outras duas irmãs estudam no próprio município.

Por nascerem prematuras, as trigêmeas ficaram cerca de três meses internadas em UTIs Neonatal. Primeiro, na Maternidade Januário Cicco, e depois foram para o Hospital Varela Santiago antes de serem liberadas para casa.

Pouco após o parto, Maria Dulcinéia decidiu ir para São Paulo, onde tem uma irmã. Mas as coisas não deram certo na relação e ela decidiu retornar. “Como eu não tinha como me manter em São Paulo, eu voltei pra casa”, disse.

A mulher agora tenta dar uma vida mais digna às filhas. Para quem quiser entrar em contato, o telefone de Dulcinéia é (84) 9 8637-7982.

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