Líder da bancada do PMDB no Senado até o final de junho, Renan Calheiros (AL), 61, diz que “ninguém aguenta mais o governo” e aponta o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como possível condutor da “inevitável travessia”. Apesar de ser do partido do presidente Michel Temer, o senador bate de frente com o correligionário e é um dos principais críticos da reforma trabalhista.
“Querem tirar de qualquer forma o piloto porque a turbulência está cada vez mais insuportável, ninguém aguenta mais”, afirma o senador, em sua primeira longa entrevista após deixar o comando da bancada. Renan é alvo de mais de dez investigações e uma denúncia na Lava Jato, além de ter renunciado em 2007 ao comando do Senado sob a suspeita de ter despesas privadas bancadas pela empreiteira Mendes Júnior.
Em uma das primeira críticas a Temer, em abril, ele comparou a gestão peemedebista à seleção do Dunga. À Folha disse que gostaria de se retratar: “Dunga foi um vencedor, não é oportunista, é sério, foi tetracampeão e, como treinador, conquistou vários títulos. Dunga não merecia, sinceramente, essa comparação”.