O Vaticano está estudando uma medida para excomungar todos os mafiosos e corruptos, qualquer que seja seu país de origem, informou neste domingo, 18, a imprensa italiana término de uma reunião internacional celebrada na Santa Sé.
Um grupo de 50 pessoas de vários países – altos prelados, magistrados, diplomatas e chefes de polícia – se reuniu no Vaticano para participar no “Debate Internacional sobre a Corrupção”.
O jornal La Repubblica afirma que se trata de “uma mudança histórica”, já que coloca no mesmo plano corruptos e mafiosos, recordando que a excomunhão é a pena mais severa da pela Igreja católica contra seus membros.
O papa Francisco já excomungou em julho de 2014 a ‘Ndrangheta’, a poderosa máfia calabresa, durante uma visita a esta região no sul da Itália.
Bispos locais também excomungaram mafiosos sicilianos, mas a Igreja continua sem ter um documento jurídico de valor universal.
Mas as relações entre a Igreja e o crime organizado são ambíguas: mafiosos promovem procissões, influencia sobre prelados, fazem malversação de obra de caridade, compram imóveis do Vaticano…
A decisão do Vaticano de contemplar a excomunhão “é um sinal muito importante (…) pelo peso que a Igreja tem”, assegurou a La Stampa Federico Cafiero de Raho, procurador-geral de Reggio di Calabria.