Odebrecht entrega Mantega ao Ministério Público Federal

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O empresário Marcelo Odebrecht entregou ao Ministério Público Federal (MPF) e-mails que apontam que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega tinha “ciência plena” e recebeu propina na compra de um imóvel pelo fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, a Previ. Os documentos enviados à Procuradoria Geral da República (PGR) citam a aquisição do bem pelo valor de R$ 817 milhões. As informações são do portal G1.

Nas mensagens, Odebrecht indica que Mantega teria recebido o dinheiro referente aos negócios do fundo com a empreiteira por meio do ex-deputado federal e ex-líder do governo Dilma Rousseff Cândido Vaccarezza (ex-PT e hoje sem partido) e pelo atual parlamentar Carlos Zarattini (PT-SP).

Mais dois executivos citaram o caso em delações: Paul Altit e Paulo Melo. Eles eram da Odebrecht Realizações Imobiliárias.

De acordo com os relatos, os então deputados procuraram a empresa para oferecer ajuda na aprovação do negócio pela Previ. Os delatores teriam concordado com o pagamento por meio de doações eleitorais futuras. Porém, como o negócio não foi para frente, Marcelo Odebrecht teria ido até Mantega, que conseguiu garantir a conclusão da negociação.

Em sua delação, Marcelo Odebrecht disse que Mantega não pediu uma contrapartida pela ajuda, mas que, mesmo assim, creditou R$ 27 milhões na conta chamada “Pós-Itália” que, segundo ele, era para o ex-ministro. Ainda segundo Odebrecht, os R$ 5 milhões que teriam sido pagos aos dois parlamentares sairiam deste montante.

Em um dos e-mails, de 31 de julho de 2012, Paulo Melo fala com Marcelo sobre a negociação. “Foi fechada a precificação com o cliente em R$ 890 MM (milhões). A intermediação será da ordem de 3%, sendo R$ 4 MM liquidados até outubro e o restante pós outubro, com saldo em 2013. Já alinhado com o líder (GM)”, escreveu, em provável referência a Guido Mantega.

Marcelo respondeu: “Já alinhado com o líder (GM)? GM meu amigo? Se eh (é) com GM vou precisar confirmar com ele. Posso dizer que foi 3%?” Melo responde: “Exatamente, GM que esteve pessoalmente com vc. Ele solicitou o valor comentado por PA para destinação a critério dele. Acho que pode comentar os 3% com ele sim. Seria até positivo para consolidar o compromisso.”

No dia seguinte, Odebrecht encaminha novo e-mail a Paul Altit e a Paulo Melo. “Só arredondando: São aprox. 27 MM sendo 4M ate outubro, tudo direcionado para Vaca com conhecimento de meu amigo. É isto? Devo estar com ele na 6a”.

Respostas

Previ. Negou qualquer irregularidade no negócio. “Não coadunamos com atos ilegais e repudiamos a eventual utilização do nome da Previ para suposta obtenção de favores e/ou benefícios ilícitos. Caso fique comprovado que o nome da Previ foi utilizado para vantagens indevidas, serão adotadas todas as medidas para reparação de danos.”

Zarattini. Disse desconfiar dos e-mails apresentados. “Todas as doações recebidas em favor de minhas campanhas eleitorais foram legais, não havendo recebimentos não contabilizados. Desconheço e-mails trocados entre executivos da Odebrecht, desconfio da veracidade dos mesmos, entregues sem a preservação da cautela de prova. E não fui copiado ou destinatário das mensagens”.

Vaccarezza e Mantega. Não se manifestaram até o fechamento desta página.

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