Operação da PF mira pessoas ligadas a Renan Calheiros

Brasilia,DF,Brasil 13.12.2016 O presidente do Senado, Renan Calheiros, comanda sessao de votacao de segundo turno da PEC 55, que trata do teto de gastos. Foto: Alan Marques/Folhapress cod 0619

Por Bela Megale – Folha de São Paulo

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (28) a operação Satélites 2, que foca, assim como a Satélites 1, pessoas que tinham relacionamentos com políticos que estão sob investigação.

Os mandados, de busca e apreensão, foram autorizados pelo ministro Edson Fachin, que é relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), e a ação é derivada da delação premiada do ex-diretor da Transpetro Sergio Machado, um dos colaboradores da Lava Jato, e de mais dois empresários.

Entre os alvos estão investigados ligados ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e a outros políticos.

São alvos de busca endereços ligados ao advogado Bruno Mendes, que já foi assessor parlamentar de Renan no Senado.

Ele também foi citados em delações como a de Ricardo Pessoa, dono na UTC, que disse que Mendes operacionalizou o recebimento de propina ligada a Usina Angra 3.

Segundo Pessoa, ele doou R$ 1,5 milhão à campanha de Renan Filho (PMDB), filho do senador, ao governo de Alagoas e descontou o montante da propina a ser paga referente à obra.

Na época, o advogado era assessor parlamentar comissionado do gabinete de Renan.

Em março, a PF deflagrou a operação Satélites 1, que também mirou pessoas ligada a Renan, além de outras vinculadas ao presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB-CE), além dos senadores Valdir Raupp (PDMB-RO) e Humberto Costa (PT-PE).

Em nenhuma das duas operações os políticos foram alvos diretos de mandados judiciais.

OUTRO LADO

A assessoria de imprensa de Renan Calheiros disse que ele não pretende se manifestar sobre a operação.

O advogado Luís Henrique Machado, defensor de Bruno Mendes, disse que na operação “não foi localizado, identificado ou apreendido, nenhum objeto de valor, como dinheiro em espécie, obras de arte ou joias que pudessem aparentar origem suspeita ou resultado de conduta ilícita. Basicamente foram recolhidas cópias relativas à defesa de clientes, rascunhos de discursos e cartões de visita.”

“Tudo isso demonstra que não há nenhuma evidência ou participação do advogado nos fatos investigados”, conclui a nota.

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