Papa Francisco condena a ‘praga’ do feminicídio na América Latina

No penúltimo dia de visita ao Peru, o Papa Francisco condenou a “praga” do feminicídio na América Latina. Em missa celebrada neste sábado em Trujillo, no norte do país, ele convidou a população a “lutar contra esta fonte de sofrimento”. Desde que assumiu o comando da Igreja Católica, em 2013, é a primeira vez que Francisco usa o termo “feminicídio”, segundo O Globo.

— Olhando para as mães e as avós, quero convidar-vos a lutar contra uma praga que fere o nosso continente americano: os numerosos casos de feminicídio. E muitas são as situações de violência que ficam silenciadas por trás de tantas paredes — disse Francisco, aproveitando para abordar o tema em visita à América Latina, que possui metade dos 25 países com mais assassinatos de mulheres no mundo. — Convido-vos a lutar contra esta fonte de sofrimento, pedindo que se promova uma legislação e uma cultura de repúdio a todas as formas de violência”.

Mais cedo, numa missa na cidade costeira de Huanchaco, o Santo Padre condenou o narcotráfico. Fazendo referência às tempestades que devastaram a região ano passado, deixando mais de 130 mortos e cerca de 300 mil desabrigados, Francisco falou sobre “outras tormentas castigam as costas peruanas, como a violência organizada e a insegurança; a falta de oportunidades educativas e laborais, especialmente para os mais jovens.”

Com a esperança de que a sua presença contribua para alterar a situação de abandono, Francisco visitou o bairro pobre de Buenos Aires, um dos mais afetados pelas tempestades provocadas pelo El Niño, e após um ano da tragédia ainda aguarda por reconstrução.

— Estamos esperando para ver se o Papa traz bênçãos e pode consertar tudo o que perdemos, que traga misericórdia — disse à AFP a moradora do bairro Lidia García.

Neste domingo, Francisco encerra sua visita à América Latina com uma missa na capital Lima, onde mais de um milhão de pessoas são esperadas. Muitas passaram a noite acampadas na base aérea de La Palmas, ansiosas pela oportunidade de ver o Papa de perto.

— Depois de 30 anos eu poderei ver um Papa — contou a dona de casa Elvira Guerrero, de 38 anos. — Estou ansiosa. Espero que ele nos dê uma mensagem de paz e esperança, o nosso país precisa disso.

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