A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, informou nesta segunda-feira que o julgamento do recurso do presidente Michel Temer que pede a suspensão do inquérito aberto contra ele só será levado ao plenário da corte após conclusão da perícia. A gravação feita pelo empresário Joesley Batista foi enviada ao Instituto Nacional de Criminalística (INC). A defesa de Temer alega que a gravação tem edições e pediu o trancamento da apuração.
No despacho, Cármen Lúcia informou ainda que, após conclusão da perícia, o Ministério Público Federal e a defesa de Temer terão 24 horas para se manifestar. A presidente do STF vai aguardar, então, o comunicado do relator do caso, o ministro Edson Fachin para definir a data em que o pedido de Temer será julgado no plenário do tribunal. A previsão inicial era de que o caso seria apreciado na próxima quarta-feira. Agora o julgamento dependerá da conclusão da perícia. As informações são de O Globo.
O advogado Francisco de Assis e Silva, coordenador das delações dos executivos da J&F (holding que controla a JBS), deve entregar até amanhã à Procuradoria-Geral da República o pen-drive usado pelo empresário Joesley Batista para gravar uma conversa com o presidente Michel Temer em 7 de março deste ano, no Palácio do Jaburu.
A partir do conteúdo do diálogo, de depoimentos de Batista e de resultado de ação controlada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu abertura de inquérito para investigar o presidente por corrupção, obstrução de justiça e organização criminosa.
No sábado, o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, acolheu um pedido de Temer e determinou que as gravações, uma das peças do inquérito sobre presidente, fossem periciadas. Temer levantou a suspeita de que os diálogos foram editados para prejudicá-lo. O presidente não nega, no entanto, o conteúdo da conversa.