A Polícia Federal (PF) pretende abrir um segunda linha de investigação para explorar as circunstâncias em que aconteceu o atentado ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). Isso deve ocorrer porque o inquérito que se concentra na autoria do crime focado em Adélio Bispo de Oliveira, homem que deu uma facada no presidenciável há seis dias, em Juiz de Fora, e que foi preso em flagrante, deve terminar nas próximas semanas. Como Oliveira está preso, o prazo para que a denúncia seja oferecida à Justiça é menor que o usual.
O auto de apreensão das buscas realizadas no quarto da pensão onde o esfaqueador vivia, obtido pelo GLOBO, mostra que a PF apreendeu um cartão de crédito internacional do Itaú, dois cartões da Caixa Econômica Federal (um de conta corrente e outro de conta poupança), além de extratos dos dois bancos em nome dele. Também foi encontrado um recibo em nome de Oliveira no valor de R$ 430. O material apreendido foi revelado pela revista “Crusoé”.
Fontes ligadas ao inquérito relataram que a PF pedirá a quebra de sigilo bancário dessas contas na tentativa de descobrir de onde vem o dinheiro de Oliveira e o crédito para manter esses cartões. Oliveira passou por 12 empregos nos últimos sete anos, não permaneceu mais de três meses em nenhum deles, e estava desempregado quando atacou o candidato.
BELA MEGALE – O Globo
Uma das hipóteses é que ele teria um financiador que poderia estar vinculado ao atentado a Bolsonaro. Até o momento, porém, o material periciado e as pessoas interrogadas pela PF apontam que Oliveira agiu sozinho no atentado contra o presidenciável.
Caso o segundo inquérito seja aberto pela PF, ele também deve ser conduzido pela equipe de Minas Gerais que segue à frente das investigações sobre Oliveira. O material coletado nas apurações da investigação do flagrante, como a quebra dos dados bancários, devem ser usados juntamente com outras informações na abertura dessa nova investigação.
Na quinta-feira (6), Oliveira deu uma facada em Jair Bolsonaro durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. Ele foi preso no mesmo local e levado no sábado (8) para um presídio federal de segurança máxima no Mato Grosso do Sul.