PF faz operação na sede da JBS para apurar atuação no mercado financeiro

Polícia Federal faz operação na sede da JBS, em São Paulo

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (9) a operação Tendão de Aquiles, que apura o suposto uso de informações privilegiadas pela JBS e por sua controladora, a FB Participações, no mercado financeiro.

Os investigadores estiveram na sede da JBS, em São Paulo. Foram emitidos três mandados de busca e apreensão nas empresas do grupo e quatro mandados de condução coercitiva. Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo a pedido da PF.

Às 11h22, as ações da companhia negociadas em Bolsa recuavam 4%.

Em nota, a Polícia Federal informa que o inquérito foi instaurado no dia 19 de maio, depois que tomou conhecimento de que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) havia instaurado cinco processos administrativos para apuração de suposto uso de informação privilegiada pela empresa e seus controladores no mercado financeiro. As informações são da Folha de São Paulo.

A investigação apura a venda de ações da JBS na Bolsa pela FB Participações no final de abril, ao mesmo tempo em que ocorria programa de recompra de ações da empresa, retomado em fevereiro deste ano.

A operação também investiga a compra de contratos futuros de dólar na Bolsa de futuros e a termo de dólar no mercado de balcão entre o final de abril e meados de maio.

Segundo a PF, há indícios de que as operações tiveram uso de informações privilegiadas, “gerando vantagens indevidas no mercado de capitais num contexto em quase todos os investidores tiveram prejuízos financeiros”.

Os investigados, prossegue o comunicado, poderão ser responsabilizados com penas de 1 a 5 anos de reclusão e multa de até três vezes o valor ilícito obtido.

OUTRO LADO

Em nota, a JBS afirmou que as empresas entregaram os materiais e documentos solicitados e que segue está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.

Sobre a compra e venda de moedas, ações e títulos, diz que as operações realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores foram feitas dentro da lei. Sobre as operações de câmbio, afirma que gerencia “de forma minuciosa e diária” a sua exposição cambial e de commodities.

“A ​empresa tem como política a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais”, afirmou.

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