Polícia Federal aponta influência de ex-ministro preso em repasse a ABC e América

Foto no dia da assinatura de contrato da parceria dos clubes com a OAS: Demétrio Torres, então secretário da Copa; Rubens Guilherme, então presidente do ABC; Charles Maia, então presidente do consórcio Arena das Dunas; e Alex Padang, então presidente do América-RN (Foto: Divulgação)

Foto no dia da assinatura de contrato da parceria dos clubes com a OAS: Demétrio Torres, então secretário da Copa; Rubens Guilherme, então presidente do ABC; Charles Maia, então presidente do consórcio Arena das Dunas; e Alex Padang, então presidente do América-RN

O relatório apresentado pela Polícia Federal no pedido de prisão preventiva do ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara Federal Henrique Eduardo Alves destaca o recebimento de luvas de R$ 2 milhões por ABC e América-RN – cada -, em negociação realizada em 2013, para que os dois clubes mandassem seus jogos na Arena das Dunas, palco da Copa do Mundo de 2014.

Segundo o documento ao qual o GloboEsporte.com teve acesso, Henrique Alves intercedeu junto a José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, um dos sócios da OAS, para que a construtora firmasse contrato com os clubes para a utilização do estádio, o que caracterizaria o crime de corrupção passiva (vantagem indevida em favor de terceiros).

Os presidentes de América-RN e ABC à época, Alex Padang e Rubens Guilherme Dantas, foram ouvidos, de acordo com o relatório da PF, e confirmaram a participação de Henrique Alves, então deputado federal, na negociação com a OAS. As informações são de GloboEsporte.com/rn.

O documento ressalta que “houve, portanto, solicitação de vantagem indevida em favor de terceiro em razão do auxílio político e parlamentar prestado pelo então deputado federal ao grupo empresarial OAS, e que pode configurar o crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do Código Penal”. O relatório, porém, frisa que ainda vai apurar se Henrique Alves “teria solicitado vantagem indevida pela intermediação”.

O ex-ministro do Turismo foi preso na manhã desta terça-feira, em Natal, em um desdobramento da operação Lava Jato que investiga corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas. Segundo a PF, o sobrepreço chega a R$ 77 milhões. A investigação se baseia em provas da Lava Jato, que apontam o pagamento de propina a Henrique Alves e Eduardo Cunha, hoje preso em Pinhais (PR), em troca de favorecimento a duas grandes construtoras envolvidas na construção do estádio. Segundo a PF, foram identificados pagamentos de propina por meio de doações oficiais entre 2012 e 2014.

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