A Prefeitura de Assú divulgou nesta segunda-feira (11) uma nota oficial sobre a utilização indevida de um veículo da Secretaria Municipal de Saúde, mas evitou abordar o principal fato: o carro, pago com dinheiro público, foi encontrado pela polícia transportando drogas e armas em outro estado.
O veículo, um Gol branco pertencente ao Fundo Municipal de Saúde de Assú, estava desaparecido desde novembro de 2024 e foi apreendido em Foz do Iguaçu-PR, carregado com mais de 250 kg de maconha, um fuzil e uma espingarda. Segundo as investigações, o carro era usado por criminosos que pretendiam levar o material para a Paraíba.
A Prefeitura afirma ter registrado um Boletim de Ocorrência e aberto uma sindicância, mas isso não é mérito, é obrigação.
O mínimo que a gestão municipal deveria ter feito era garantir o controle sobre sua própria frota. Como um carro oficial some por meses sem que ninguém perceba? Como ele foi parar na mão de traficantes? Essas são perguntas que a administração do prefeito Lula Soares ainda não respondeu.
Mais grave ainda é a falta de transparência. A nota oficial não cita os nomes dos servidores afastados nem esclarece como o veículo foi parar em outro estado carregado com drogas. Além disso, o BO só foi registrado depois que o carro foi apreendido, o que demonstra que a Prefeitura sequer sabia de seu paradeiro antes do escândalo vir à tona.
E para piorar, a Prefeitura bloqueou os comentários na postagem oficial sobre o caso, impedindo que a população questione e cobre explicações. Isso só reforça a tentativa da gestão de evitar o debate público e de controlar a narrativa.
A população de Assú merece respostas concretas, e não um texto genérico tentando transformar obrigação em favor. O prefeito Lula Soares precisa ser responsabilizado pela falha na gestão. Afinal, se o governo municipal não consegue nem controlar sua própria frota, como pretende cuidar do restante da cidade?