O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), decidiu rejeitar requerimento apresentado por parlamentares da base aliada com cobranças de informações ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a relação dele com o executivo Ricardo Saud, executivo da JBS. Caberá agora recurso à Mesa Diretora para que o pedido seja votado diretamente no plenário da Casa.
O pedido é assinado por 32 deputados. Saud teria ajudado na campanha de 2015 para que ele fosse referendado no Senado como ministro da Corte.
Segundo a revista “Veja”, Temer pediu que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) levantasse informações que pudessem constranger o ministro, entre elas a relação dele com a JBS. As informações são da Agência Estado.
Tanto a suposta espionagem quanto o pedido de explicações pela Câmara levanta preocupação em cientistas políticos, juízes e um professor de história consultados pela reportagem. “Há um indício claro, sim, do governo de uso do poder para intimidar tanto o Ministério Público quanto o Fachin”, diz o professor de direito administrativo do Ibmec-RJ Jérson Carneiro.
“O governo está acuado pelas denúncias e tenta reagir para se manter no poder. Nessa luta, está ultrapassando a linha institucional”, completa o cientista político Fernando Azevedo.