Presidente do conselho de ética critica senadoras, após perdoar Aécio

Ruy Baron / Valor

Presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA) aceitou a denúncia contra seis senadoras que ocuparam ontem a mesa que comanda os trabalhos da Casa. As parlamentares tentaram impedir, por mais de sete horas, a votação da reforma trabalhista, aprovada por 50 votos a 26.

O documento foi encabeçado pelo senador José Medeiros (PSD-MT), apoiado por mais 14 senadores, e pede a abertura de processo disciplinar contra as senadoras Gleisi Hofmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN), Regina Souza (PT-PI), Ângela Portela (PDT-RR) e Lídice da Mata (PSD-BA). A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) foi deixada de fora. Ela também participou do ato.

João Alberto, que engavetou recentemente uma representação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por considerar que não havia indícios de conduta criminosa na conversa do tucano com Joesley Batista – em que ele pede dinheiro ao empresário para pagar sua defesa na Lava-Jato -, foi um dos senadores que tentaram convencer as senadoras a deixar a mesa, chegando inclusive a discutir com elas. Para o presidente do conselho, há indícios de
quebra de decoro no caso.

As penas cabíveis, segundo a assessoria de João Alberto, são advertência e censura (verbal ou escrita). Caso o conselho entenda que a acusação é fundada em indícios que, se comprovados, justificariam a perda temporária do exercício do mandato ou a perda definitiva do mandato, o Conselho de Ética encaminha para a Mesa converter a denúncia em representação. O pedido de abertura de denúncia deve ser analisado na próxima sessão do
colegiado, sem data ainda.

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