Primo de Aécio deposita R$ 1,5 milhão na Caixa

Frederico Pacheco recebe mala com dinheiro - Reprodução

Operação acompanhada pela Polícia Federal se refere a parte de R$ 2 milhões que a JBS teria repassado ao senador

Leonardo Augusto, especial para o ‘Estado’, O Estado de S.Paulo

A defesa de Frederico Pacheco, primo do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) conhecido como Fred, fez um depósito judicial nesta terça-feira, 13, no valor de R$ 1.520.000 em agência da Caixa Econômica Federal (CEF) no bairro Luxemburgo, zona sul de Belo Horizonte. Frederico foi preso no último 18 durante a Operação Patmos, da Polícia Federal.

Os recursos depositados seriam parte dos R$ 2 milhões repassados pela JBS ao senador conforme delação premiada de Joesley Batista, um dos donos da empresa. Fred foi um dos encarregados de transportar os recursos. Mendherson Souza Lima, que trabalhava para o senador Zezé Perrella (PMDB-MG), também teria participado do transporte do dinheiro.

No mês passado, a PF apreendeu duas sacolas com um total de R$ 480 mil na casa da sogra de Mendherson, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. O auto de busca e apreensão foi anexado ao inquérito que investiga Aécio, no último dia 26. Fred e Mendherson estão presos na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande Belo Horizonte.

A informação sobre o valor depositado na agência da Caixa Econômica Federal foi repassada pelo advogado de Mendherson, Antonio Velloso Neto. A operação foi acompanhada pela Polícia Federal. Para o advogado, o depósito realizado deixa claro que não houve lavagem de dinheiro com a utilização de conta corrente de empresa do filho do senador Perrella.

Conforme as investigações da PF, parte dos R$ 2 milhões teria sido depositada na conta da Tapera Participações e Empreendimentos Agropecuários, que tem como dono o Gustavo Perrella, filho de Zezé Perrella. “Não existe essa história de lavagem de dinheiro. Mendherson nunca lavou dinheiro na empresa do Perrella e nunca lavou dinheiro para ninguém”, afirma Velloso.

Ainda conforme o advogado, o depósito foi feito em uma conta corrente autorizada pela Polícia Federal. “É a comprovação absoluta de que o dinheiro não está mais em circulação”, disse. Procurado, o advogado de Fred não respondeu aos contatos da reportagem.

À época da prisão de Fred e Mendherson, a defesa de Aécio afirmou que os R$ 2 milhõesseriam um empréstimo para pagar seus advogados nas investigações da Operação Lava Jato. Além do primo de Aécio e de Mendherson, a irmã do senador, Andrea Neves, também foi presa na Operação Patmos. Andrea está no Complexo Penitenciário Estevão Pinto, em Belo Horizonte e teve nesta terça, 13, pedido de relaxamento de prisão negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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