Procuradoria desmembra inquérito e Henrique Alves será investigado individualmente

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, respondeu a um pedido do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e desmembrou o inquérito que apura o esquema de pagamentos do Grupo J&F aos parlamentares do MDB. Um dos envolvidos no caso, o ex-deputado e ex-ministro Henrique Alves, será investigado individualmente.

Em 17 de maio, após abrir o inquérito, Fachin deu três dias para a PGR esclarecer quem deveria “efetivamente figurar como investigado” no inquérito. Segundo o ministro, a PGR não individualizou o rol de investigados.

A PGR esclarece as investigações sobre Henrique Alves podem tramitar separadamente. Cópia dos termos de depoimento do executivo Ricardo Saud, da J&F, com o Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte.

O executivo Ricardo Saud disse ter havido pagamento da ordem de R$ 46 milhões a senadores do MDB, a pedido do PT. Segundo o executivo, apesar de diversas doações terem sido oficiais, tratava-se na verdade de “vantagem indevida”, já que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 para garantir a aliança entre os dois partidos.

Noutro depoimento, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado declarou ouvir em reuniões ocorridas na casa de Renan “que o grupo JBS iria fazer doações ao PMDB, a pedido do PT, na ordem de R$ 40 milhões”.

“Quanto aos senadores Romero Jucá, Edison Lobão e Roberto Requião, apesar de citados por Sérgio Machado, estes não integraram os dados de corroboração fornecidos por Ricardo Saud, os quais foram utilizados como base para iniciar as apurações, razão pela qual não devem, neste momento, integrar o rol de investigados”, explica Raquel.

Raquel pediu que sejam investigados no inquérito os senadores emedebistas Jader Barbalho (PA), Eunício de Oliveira (CE), Renan Calheiros (AL), Valdir Raupp (RO), Eduardo Braga (AM), Dario Berger (SC), o ex-ministro Helder Barbalho, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo, então senador à época dos supostos pagamentos, e o ex-ministro Guido Mantega.

A procuradora também aponta que a conduta de Helder Barbalho seria ‘intrinsecamente’ ligadas às de Jader, porque o senador teria pedido o pagamento de vantagem indevida em favor de seu filho, que é ministro. “Assim, não é possível, ao menos por ora, o desmembramento do feito”.

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