Quadrilha ataca presídio de segurança máxima e 92 escapam na Paraíba

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O que seria uma ação para dar fuga a um pequeno grupo de presos acabou elevando para 92 o número de fugitivos da penitenciária de segurança máxima Romeu Gonçalves Abrantes, o PB1, localizada em João Pessoa (PB). A informação foi divulgada pela Polícia Militar, durante uma coletiva realizada na manhã desta segunda-feira, 10.

Até as 11h32, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que 41 detentos já haviam sido recapturados, após ações na Paraíba e nas divisas com Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. O secretário do órgão, tenente-coronel Sérgio Fonseca, afirmou que os bandidos invadiram a prisão com metralhadoras ponto 40, ponto 50 e fuzis 762, além de pistolas 9 milímetros. Pela manhã, o órgão havia divulgado que 105 presos fugiram, mas depois de uma recontagem, o número foi corrigido para 92.

A quadrilha tinha como objetivo libertar quatro homens que foram presos no mês passado, suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em roubos a bancos e carros-fortes. Eles foram presos em Lucena, na Região Metropolitana de João Pessoa, após atacarem uma equipe que fazia transporte de valores na BR-230, próximo a cidade de Cruz do Espírito Santo (PB). Jéssica Otoboni e Raniery Soares (especial para O Estado), O Estado de S.Paulo

Um deles é Romário Gomes Silveira, o Romarinho, que segundo o secretário, foi o primeiro a ser libertado e se juntar aos bandidos que invadiram a prisão. “Romarinho foi o primeiro a sair da cela. Ele recebeu um fuzil AK47 e a partir daquele momento, ele comandou a ação. Claramente a ação foi direcionada a esse grupo. Esse elemento foi preso duas vezes e será novamente”, afirmou Sérgio Fonseca.  

Em agosto, quando os quatro suspeitos foram presos, a delegada da Polícia Civil da Paraíba, Karine Torres disse que uma das linhas de investigação era de que a quadrilha teria ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo ela, pela investigação, existem muitas semelhanças dos suspeitos com as atividades da facção criminosa paulista, como a complexidade da estrutura e o histórico de crimes já praticados.

“Essa importação de armas tão novas e atualizadas, o fuzil desviado do Exército Argentino e a própria capitalização, através de roubos a bancos e carros-fortes, são muito parecidos com as ações do PCC”, disse a delegada.

Outra informação divulgada pelo secretário foi que no momento da ação havia apenas 17 agentes penitenciários e dois policiais militares de plantão. Para o presidente do Sindicato dos Servidores da Secretaria da Administração Penitenciária da Paraíba (Sindseap-PB), Manuel Leite, o número mínimo seria de 60 profissionais. A entidade divulgou que hoje o quadro do Estado é de 1,7 mil agentes, o que é insuficiente, já que segundo o Sindicato, o déficit de aproximadamente 2,3 mil. 

“Na Paraíba não temos nenhuma penitenciária de segurança máxima. O PB1, por exemplo, leva o título, mas não tem a menor estrutura para isso”, afirmou o presidente, ainda acrescentando que em alguns casos como o da penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega (Presídio do Róger), que tem uma população carcerária de 4 mil presos e só conta com dois agentes em cada plantão. 

Tenente da PM é morto durante fuga

Durante a coletiva, os membros da segurança pública da Paraíba receberam a informação de que o tenente da Polícia Militar Erivaldo Silva Moneta, de 33 anos, morreu no fim da manhã desta segunda-feira, 10. Ele estava na Academia da Polícia Civil, que fica em Jacarapé (mesmo bairro do presídio) e foi baleado na cabeça durante a fuga dos bandidos. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. 

Universidade Federal e escolas suspendem aulas

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a secretaria de educação de João Pessoa informaram que as aulas desta segunda-feira foram suspensas. O Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional (CTDR) da Universidade fica próximo a uma área de mata e por isso, a instituição preferiu cancelar as aulas. A Prefeitura de João Pessoa também fechou algumas escolas que ficam em bairros vizinhos ao presídio PB1.

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