A Vice-Presidente também emitiu um comunicado, agradecendo o apoio de Biden e declarando que pretende “conquistar e ganhar indicação” do Partido Democrata.
De acordo com o instituto de pesquisa Morning Consult, 30% dos democratas apoiam o nome de Kamala caso Biden seja substituído. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, aparece em seguida, com 20%.
A vice-presidente passou boa parte do mandato tentando se destacar. No entanto, a popularidade dela é relativamente baixa, com nível de aprovação muito próximo de Biden.
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Quem é Kamala Harris
Kamala, de 59 anos, é a primeira mulher a se tornar vice-presidente dos EUA. Formada em Direito e Ciências Políticas, ela foi procuradora da cidade de São Francisco e, depois, do estado da Califórnia. Kamala também foi senadora pelo estado entre 2017 e 2020.
Ela chegou a se apresentar como pré-candidata à Casa Branca para as eleições de 2020 e liderou algumas pesquisas dentro do Partido Democrata. No entanto, perdeu apoio e desistiu da corrida por falta recursos financeiros.
Filha de mãe indiana e pai jamaicano, ela foi escolhida para integrar a chapa democrata para atrair minorias, sendo ela mulher, negra e filha de imigrantes.
A opção por Harris foi fundamental para a eleição de Biden, já que funcionou como um chamariz para convencer eleitores negros a votar no pleito de 2020.
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Baixa popularidade
Existia uma expectativa em relação ao papel de Kamala durante o mandato de Biden. Ela era considerada a sucessora natural do presidente para as eleições de 2024. Porém, o desempenho dela foi abaixo do esperado, e as pesquisas indicaram fraca popularidade.
Foram poucos os momentos em que Kamala conseguiu chamar atenção para si. Ainda em 2021, a vice-presidente foi designada para liderar a diplomacia com o México e países da América Central com o objetivo de encontrar uma solução para o problema migratório na fronteira.
Joe Biden e Kamala Harris em imagem de março de 2022 — Foto: Nicholas Kamm/AFP
Na primeira viagem oficial dela à região, durante um encontro com o presidente da Guatemala ela pediu que os migrantes não fossem aos Estados Unidos de forma ilegal. Na ocasião, a performance foi considerada desastrosa.
Uma pesquisa publicada em junho deste ano pela Redfield & Wilton Strategies indicou que a vice-presidente era desaprovada por 44% dos americanos e aprovada por 39%.
A base do Partido Democrata ainda tem resistência em relação ao seu nome por causa de seus números fracos, de acordo com o site Politico.
O partido considera quaisquer nomes de governadores para uma possível substituição, como Gavin Newsom, da Califórnia, e Gretchen Whitmer, de Michigan. Todos eles são mais populares que Kamala.
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Direito ao aborto e Gaza
Em maio deste ano, a vice-presidente fez as declarações mais incisivas da liderança dos EUA ao criticar o governo de Israel. Ela direcionou sua fala a Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, para o cessar-fogo e impedir uma “catástrofe humanitária.”
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O que dizem os veículos dos EUA
De acordo com a revista britânica “The Economist”, Kamala seria a escolha óbvia para substituir Biden. “Infelizmente, ela não inspira confiança nos grandes democratas, e os eleitores sentem isso”.
Ainda segundo a publicação, uma sondagem recente da The Economist/YouGov sugere que ela é apenas uma opção ligeiramente mais favorável do que o presidente.
Para o site “Politico”, o maior trunfo da vice-presidente é a “realidade política”. Se Biden abandonasse a corrida presidencial, qualquer outro candidato teria desafios significativos.
“Apenas Harris, por exemplo, teria acesso aos cofres da campanha da qual já faz parte. Qualquer outro candidato enfrentaria a difícil tarefa de construir uma infraestrutura em questão de meses.”
O jornal “The Washington Post” também coloca a vice-presidente como a substituta natural.
“Harris é a vice-presidente, a pessoa já escolhida pelo partido para ser a próxima na linha de sucessão à presidência. A menos que ela também tenha optado por não ser presidente, ela é a pessoa a quem a nomeação iria.”
A crise na campanha de Biden, diz o “The New York Times”, renovou o foco na vice-presidente, enquanto ela tenta acalmar os ânimos entre os democratas.
Desde o início do ano, Kamala tem viajado em campanha para fortalecer a chapa e mobilizar principalmente eleitores negros, que é uma base essencial para os democratas.
Segundo o site Politico, aliados e assessores de Kamala acreditam que ela conseguiu demonstrar mais habilidade e confiança nestes últimos meses e, com isso, revigorar seu perfil.
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Kamala diz que irá ‘conquistar’ indicação
Após o anúncio de Biden, Kamala emitiu um comunicado ainda neste domingo (21), dizendo que está “honrada” pelo endosso do presidente. Segundo a Vice-Presidente, ela pretende conquistar “e vencer” a indicação do Partido Democrata.
“Em nome do povo americano, agradeço a Joe Biden por sua liderança extraordinária como Presidente dos Estados Unidos e por suas décadas de serviço ao nosso país. Seu legado notável de realizações é incomparável na história americana moderna, superando o legado de muitos Presidentes que serviram dois mandatos.
É uma honra profunda servir como sua Vice-Presidente, e sou profundamente grata ao Presidente, Dr. Biden, e toda a família Biden. Conheci o Presidente Biden pela primeira vez através de seu filho Beau. Fomos amigos desde os nossos dias trabalhando juntos como Procuradores-Gerais de nossos estados de origem. Enquanto trabalhávamos juntos, Beau me contava histórias sobre seu pai. O tipo de pai – e o tipo de homem – que ele era. E as qualidades que Beau reverenciava em seu pai são as mesmas qualidades, os mesmos valores, que vejo todos os dias na liderança de Joe como Presidente: Sua honestidade e integridade. Seu grande coração e compromisso com sua fé e sua família. E seu amor pelo nosso país e pelo povo americano.
Com este ato altruísta e patriótico, o Presidente Biden está fazendo o que ele tem feito ao longo de sua vida de serviço: colocando o povo americano e nosso país acima de tudo.
Estou honrada em receber o endosso do Presidente e minha intenção é conquistar e ganhar esta indicação. No ano passado, viajei por todo o país, conversando com os americanos sobre a escolha clara nesta eleição importante. E é isso que continuarei a fazer nos próximos dias e semanas. Farei tudo ao meu alcance para unir o Partido Democrata – e unir nossa nação – para derrotar Donald Trump e sua extrema agenda para 2025.
Temos 107 dias até o Dia da Eleição. Juntos, lutaremos. E juntos, venceremos.”