Presidente de um dos sindicatos mais poderosos do país, o dos metalúrgicos do ABC paulista, Rafael Marques teme que a reforma da legislação trabalhista em discussão no Congresso abra caminho para uma guerra entre sindicatos, com prejuízo para os interesses dos trabalhadores, segundo a informações da Folha de São Paulo.
A exemplo da guerra fiscal, em que governos estaduais baixam impostos para atrair investimentos, Marques acha que uma flexibilização excessiva das regras pode levar sindicatos de regiões menos organizadas a aceitar condições piores de trabalho para atrair empresas para suas bases.
Filiado ao PT e à CUT (Central Única dos Trabalhadores), Marques considera excessiva a interferência da Justiça nas relações entre patrões e empregados, mas é contra as mudanças propostas pelo governo Michel Temer (PMDB).
“Essa reforma não foi pensada para colocar o Brasil em sintonia com o futuro, mas para aumentar a lucratividade das empresas”, disse. Em julho, ele deixa o comando do sindicato, que foi o berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para criar um instituto para discutir o futuro da indústria, com apoio de federações estaduais de trabalhadores.