RN deve atingir pico de necessidade por oxigênio em abril, prevê estudo

De acordo com professor da UFRN, a expansão do número de leitos críticos Covid tem relação direta com a demanda por oxigênio. Segundo ele, uso de oxigênio já atingiu 10 mil litros, a mesma quantidade de julho do ano passado – quando o RN enfrentava o pico da pandemia.

Um estudo prevê alta na demanda por oxigênio nos próximos dias em hospitais do Rio Grande do Norte. De acordo com o professor da UFRN, José Dias do Nascimento, o estado deve atingir o pico de necessidade de oxigênio em abril. O especialista falou sobre o atual momento da pandemia da Covid-19 em entrevista na manhã desta terça-feira 23 ao Bom Dia RN, da Inter TV Cabugi.

De acordo com o professor, a expansão do número de leitos críticos Covid tem relação direta com a demanda por oxigênio. “É uma situação crítica. O oxigênio é um insumo básico para enfrentamento da Covid-19, mas a falta de planejamento causa esse gargalo. Se o número de UTIs é extrapolado, o consumo aumenta e muito rápido”, disse José.

Ele acrescentou ainda que o uso de oxigênio já atingiu 10 mil litros, a mesma quantidade de julho do ano passado – quando o RN enfrentava o pico da pandemia. “Essa demanda cresce no mesmo nível que as UTIs estão ocupadas. Ao mesmo tempo que chega mais oxigênio, se abre mais UTI. Essa é uma dinâmica complicada”, frisou. “Temos que quebrar o avanço da doença através da vacina ou do isolamento”, continuou o professor.

Estudo prevê pico na demanda por oxigênio no rn nos próximos dias
Na entrevista, o professor apontou que o decreto mais rígido de isolamento social, que começou a valer no último sábado 20 no Rio Grande do Norte, foi definido de forma atrasada. “Ações energéticas são necessárias para diminuir a transmissão. Para saber se o decreto atual vai funcionar ou não, precisamos acompanhar a situação por 15 dias. O termômetro atual da pandemia é a solicitação de leitos críticos. Mais de 100 solicitações diárias. Isso vai dizer se o decreto está ou não surtindo efeito.

Na noite desta segunda-feira 22, o Rio Grande do Norte recebeu na noite desta segunda-feira 22 70 concentradores de oxigênio do Amazonas. A entrega foi realizada através da Operação Gratidão, iniciada pelo estado do Norte e que faz referência ao apoio recebido durante o colapso do sistema de saúde.

A governadora do RN, Fátima Bezerra (PT), já havia comunicado que o Ministério da Saúde vai enviar 160 cilindros de oxigênio para o estado até a próxima quarta-feira 24. Neste domingo 21, o Governo do Estado informou que conquistou na Justiça do RN a ampliação do contrato de fornecimento de oxigênio para a rede estadual de hospitais, coordenada pela Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sesap). O acréscimo de 25% na quantidade de oxigênio entregue pela White Martins será voltado para os municípios potiguares que passam por dificuldade de abastecimento por conta do aumento de casos de Covid-19.
Ministério da Saúde diz à PGR que situação é preocupante no RN

Em tratativas com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Ministério da Saúde alertou para uma situação preocupante no abastecimento de oxigênio hospitalar em seis estados: Acre, Rondônia, Mato Grosso, Amapá, Ceará e Rio Grande do Norte. O cenário mais crítico é no Amapá, onde a Procuradoria pede uma ação imediata do governo.

O Gabinete Integrado de Acompanhamento da Epidemia de Covi-19 (Giac), da PGR, se reuniu nesta segunda-feira com membros da pasta para tratar do assunto. Estavam presentes representantes da White Martins, empresa de tanques de oxigênio. Segundo a PGR, ao longo do final de semana, o fluxo de abastecimento melhorou em Rondônia e Acre, onde o risco era maior.

“O Ministério está coordenando o transporte para os estados em situação mais grave (Rondônia e Acre), com uso de aviões da Força Aérea, e discute a possibilidade de incluir os motoristas que transportam gases medicinais como público prioritário para vacinação, já que há escassez dessa mão de obra no país”, diz a PGR em nota.

Agora, a prioridade é abastecer o Amapá. Na manhã desta segunda-feira, o Giac enviou um ofício ao Ministério da Saúde ofício alertando para o risco de desabastecimento no estado. Quatro dias antes, na sexta-feira, a PGR havia alertado também sobre o risco em Acre e Rondônia através de um ofício.

Ridauto Fernandes, diretor de Logística do Ministério da Saúde, estava presente no encontro com o Giac. Ele informou ainda que, além dos seis estados em estado crítico, Pará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão em estado de atenção.

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