Presidente da Câmara manda ofício a Moro perguntando sobre situação de Luiz Argolo, condenado a 12 anos e oito meses de prisão por propina de R$ 1,4 milhão
Julia Affonso e Ricardo Brandt – O Estado de são Paulo
Primeiro da fila para assumir a cadeira, Luiz Argolo foi ‘pulado’ pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM). Nas eleições de 2014, Argolo ficou com a vaga de suplente da coligação. Desde abril de 2015, ele está preso pela Lava Jato, no Paraná.
Na sexta-feira, 4, Maia enviou ofício ao juiz federal Sérgio Moro, símbolo da Lava Jato, para saber do paradeiro de Argolo. O magistrado informou que ele está encarcerado.
Segundo a Câmara dos Deputados, como Argolo não pode assumir o cargo, será convocado o terceiro suplente da colgiação, Colbert Martins, do PMDB. Isso porque o segundo suplente já está em exercício.
Imbassahy foi nomeado ministro da Secretaria de Governo em fevereiro deste ano. Na semana passada, o tucano foi exonerado do cargo para votar a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva no caso JBS. Após a votação, Imbassahy voltou ao governo e abriu uma vaga para suplente.
Luiz Argolo ficou com a vaga de suplente após receber 63.649 votos, pelo Solidariedade, em 2014 – na ocasião, ele já era alvo da Lava Jato. O então parlamentar fez parte da coligação DEM / PMDB / PSDB / PTN / SD / PROS / PRB / PSC.
Cerca de seis meses depois da eleição, Argolo foi preso pela Polícia Federal sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
O ofício do presidente da Câmara a Moro tem o título ‘Informação sobre a situação jurídico-processual do senhor João Luiz Correia Argolo dos Santos, suplente de deputado federal’.
“Solicito a Vossa Excelência seja informado a esta Casa se o senhor João Luiz Correia Argolo dos Santos, eleito suplente de deputado federal para a 55.ª Legislatura pela Coligação DEM / PMBD/ PSDB/ PTN /SD/ PROS / PRB / PSC – Estado da Bahia, se encontra submetido a medida privativa de liberdade imposta por esse Juízo. Esclareço que tal informação é necessária em virtude do surgimento de vaga na bancada correspondente à referida Coligação, o que pode ensejar a convocação do Suplente seguinte àquele na ordem estabelecida pela Justiça Eleitoral”, pediu Rodrigo Maia.