Rodrigo Maia se posiciona contra mudança da meta fiscal

O presidente de Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliou-se publicamente, neste sábado, à ala no governo que defende a manutenção da meta fiscal, apesar das dificuldades para fechar as contas. Maia publicou em suas redes sociais mensagens contrárias à possibilidade de mudança na meta, afirmando que “todo mundo precisa viver dentro do seu orçamento” e que é preciso construir soluções, “mas não aumentando os gastos”.

“A minha posição é que a meta fiscal fique onde está. Não é correto gerar mais 30, 40, 50 bilhões de gastos para a população pagar. Todo mundo tem o seu orçamento e precisa viver dentro do seu orçamento. A União, os estados e municípios também. Se nós não temos condição de cumprir a meta, que se construa as soluções, mas não aumentando os gastos”, disse o presidente da Câmara, por meio de Twitter.

A visão de Maia está afinada com a do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com quem o presidente da Câmara tem mantido conversas nas últimas semanas. Na última terça-feira, Henrique Meirelles disse em São Paulo que a meta fiscal do governo é uma proposta que não está sujeita a pressões externas, descartando a influência de lideranças políticas do governo no aumento do déficit primário. As informações são de O Globo.

Como mostrou O GLOBO, o risco real de paralisação completa da máquina pública por falta de recursos (o chamado shut down) levou o governo a começar a discutir uma revisão da meta fiscal de 2017, de déficit primário de R$ 139 bilhões. A medida, no entanto, é polêmica. Ela conta com o apoio da ala política, mas não de Meirelles, para quem um aumento do rombo nas contas públicas agora seria um golpe na credibilidade de política econômica.

Interlocutores da Fazenda destacam que, embora tenha feito avanços importantes na área fiscal ao fixar um teto para os gastos públicos, o governo não conseguiu aprovar a agenda mais crucial — a reforma da Previdência — e portanto não teria condições de arcar com os custos de alterar a meta, algo que lembra os tempos do PT, num momento de fragilidade política do próprio presidente Michel Temer.

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