Roubos triplicam no Rio Grande do Norte após greve da Polícia

Em meio à paralisação da Polícia Militar e da Polícia Civil, a quantidade de roubos cometidos em Natal e na Região Metropolitana triplicou. Durante uma semana, chegou a 307 episódios. O número é maior quando comparado aos dias que antecederam o movimento, saltando de uma média de 20 casos diários para 60 crimes somente no último dia 20, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública. A paralisação ocorre no momento em que o governo potiguar não consegue dinheiro para pagar a folha dos servidores.

No dia em que a paralisação, intitulada “Operação Padrão” começou, 54 roubos foram registrados, um aumento de 92% em relação à segunda-feira anterior, quando ocorreram 28. Na véspera de Natal, a quantidade de ocorrências caiu para 25 roubos. A incidência de veículos roubados é outro ponto em destaque. No dia 22, início do trabalho da Força Nacional no patrulhamento, foram registrados 21 crimes desse tipo. Contudo, mesmo com o reforço, o número de crimes saltou para 31 no dia seguinte.

A Central de Flagrantes da Polícia Civil, na Cidade da Esperança, Zona Oeste de Natal, registrou um movimento intenso na manhã de ontem. Em função da paralisação, os boletins de ocorrência da Zona Sul e Norte de Natal estão sendo feitos exclusivamente no local. As ocorrências registradas não estão sendo investigadas em função da paralisação dos trabalhos nas delegacias especializadas. As informações são de Aura Mazda – O GLOBO

Por causa do aumento dos casos observados na última semana, a delegacia está sobrecarregada, segundo relato dos agentes que trabalham no local.

— Percebemos o aumento da criminalidade e não estamos dando conta. As ocorrências estão chegando principalmente pela Força Nacional e Guarda Municipal — disse o policial Clênio Xavier, que trabalha na Central.

Os policiais civis que aderiram a paralisação parcial só retornarão às atividades mediante a garantia de transporte e alimentação — vistas como condições básicas para o trabalho. A decisão foi deliberada em assembleia do Sindicato dos Policiais Civis do Rio Grande do Norte (Sinpol), na tarde de ontem. Ao meio dia, o sindicato formalizou um pedido de reunião com a direção da Polícia Civil para ter as garantias, mas ainda não recebeu respostas sobre uma possível data para o encontro.

— A paralisação de parte das atividades não é algo que a associação pode controlar porque é um desejo individual de cada policial — afirmou Eliabe Marques, presidente da Associação de Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros do Rio Grande do Norte.

UNIÃO NEGOU AJUDA

O estado pediu à União o repasse de R$ 600 milhões, mas a Fazenda negou, por recomendação do Ministério Público Federal. O Ministério da Fazenda e o Banco Mundial preparam um plano para combater a crise das contas públicas do Rio Grande do Norte. No entanto, qualquer ajuda com dinheiro do orçamento da União está descartada

A Secretaria de Estado de Segurança Pública, por meio da assessoria de imprensa, informa que os dados repassados foram baseados nos números do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública. E que, com a operação Segurança com Segurança, desencadeado pelas PM e Civil “de fato foi constatada uma mudança de comportamento das ocorrências”.

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