*Jornal de Fato
Enquanto ocorriam os grandes shows no Mossoró Cidade Junina, ao longo do Corredor Cultural, uma equipe de técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e socorristas estava de plantão para socorrer e salvar vidas. Porém, sem receber o mesmo tratamento que os artistas tiveram em camarins e hotéis luxuosos, além de cachês milionários.
Os profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192 são jogados de plantão no velho prédio da Seis de Janeiro, no bairro Santo Antônio, sem as mínimas condições de uso. Paredes mofadas, rachaduras, vazamento em banheiro e macas para descanso totalmente comprometidas, desconfortáveis. Veja fotos abaixo
O cenário é de sucateamento mesmo, conforme mostram as fotos dessa reportagem feitas pelo vereador Paulo Igo (MDB), que visitou a sede do SAMU 192 na sexta-feira, 28. Ele ouviu as queixas dos profissionais e relatos de abandono por parte da gestão do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil).
“Só para a população ter ideia, os profissionais do SAMU de Mossoró são obrigados a comprarem as suas fardas. A última vez que eles receberam fardas foi na gestão passada da ex-prefeita Rosalba Ciarlini”, atesta Igo. “Depois daí, a farda é comprada pelos servidores”, afirma, com base no relato dos profissionais.
Os profissionais já fizeram várias reclamações, inclusive, ao Ministério Público Estadual (MPRN), mas nenhuma medida foi adotada para resolver os problemas estruturais. O trabalho que eles realizam, socorrendo e salvando vidas, requer melhor estrutura e boas condições para os profissionais. Mas não é isso que ocorre.
Paulo Igo vai apresentar denúncia na Câmara Municipal e provocar um debate amplo. No entanto, assim como ocorre com outros temas que não agradam ao Executivo, é provável que a bancada governista evite a discussão em plenário. Na semana passada, por exemplo, os governistas se retiraram do plenário para impedir o debate sobre as falhas na rede municipal de ensino, levantada pela vereadora Marleide Cunha (PT). Sem quórum, a vereadora teve a fala interrompida e a sessão encerrada.
Inauguração
O SAMU 192 de Mossoró conta com cerca de 30 profissionais de plantão, distribuídos por equipes: Alfa 1 conta com técnico de enfermagem, enfermeiro, médico e socorrista; Alfa 2 é formada por enfermeiro, médico e socorrista; e o Suporte básico tem técnico de enfermagem e condutor.
O serviço, que é um programa federal, foi inaugurado em Mossoró no dia 3 de março de 2005, na gestão da ex-prefeita Fafá Rosado. Naquele momento, com duas ambulâncias bem equipadas. A sua sede foi instalada na rua Seis de Janeiro, bairro Santo Antônio, onde funciona até hoje.
Quando funciona o SAMU 192?
O atendimento do SAMU 192 começa a partir do chamado telefônico, quando são prestadas orientações sobre as primeiras ações. A ligação é gratuita, para telefones fixo e móvel.
Os técnicos do atendimento telefônico que identificam a emergência e coletam as primeiras informações sobre as vítimas e sua localização.
Em seguida, as chamadas são remetidas ao Médico Regulador, que presta orientações de socorro às vítimas e aciona as ambulâncias quando necessário. As ambulâncias do SAMU 192 são distribuídas estrategicamente, de modo a otimizar o tempo-resposta entre os chamados da população e o encaminhamento aos serviços hospitalares de referência.
A prioridade é prestar o atendimento à vítima no menor tempo possível, inclusive com o envio de médicos conforme a gravidade do caso. As unidades móveis podem ser ambulâncias, motolâncias, ambulanchas ou aeromédicos, conforme a disponibilidade e necessidade de cada situação, sempre no intuito de garantir a maior abrangência possível.
Buraco no teto vaza água do banheiro superior provocano mau cheiro
Mofo no teto e risco para os profissionais
Instação hidráulica comprometida
Cama para descanso dos profissionais do SAMU 192
Sofá onde os profissionais descansam
Tijolos sustentam móvel na sede do SAMU 192 de Mossoró
Quando chamar o SAMU 192
– Na ocorrência de problemas cardiorrespiratórios;
– Intoxicação exógena e envenenamento;
– Queimaduras graves;
– Na ocorrência de maus-tratos;
– Trabalhos de parto em que haja risco de morte da mãe ou do feto;
– Em tentativas de suicídio;
– Crises hipertensivas e dores no peito de aparecimento súbito;
– Quando houver acidentes/traumas com vítimas;
– Afogamentos;
– Choque elétrico;
– Acidentes com produtos perigosos;
– Suspeita de Infarto ou AVC (alteração súbita na fala, perda de força em um lado do corpo e desvio da comissura labial são os sintomas mais comuns);
– Agressão por arma de fogo ou arma branca;
– Soterramento, Desabamento;
– Crises Convulsivas;
– Transferência inter-hospitalar de doentes graves;
– Outras situações consideradas de urgência ou emergência, com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso.