Sem política para enfrentar a pandemia, o Brasil virou hospício e pária internacional

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Segundo país do mundo com mais casos de Covid-19, com uma curva ascendente da doença e do número de mortos, além de uma estrutura de saúde deficiente e que começa a colapsar, o Brasil tem um presidente que receita cloroquina como panaceia, é contra o isolamento social, não tem ministro da Saúde, provoca aglomerações e toca nas pessoas depois de limpar o nariz.

Como se não bastasse, Jair Bolsonaro faz o pior tipo de toma lá dá cá, ao prometer apoio político e econômico a governadores e prefeitos que abram o comércio em meio ao auge da pandemia — caso de Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, e do prefeito Marcelo Crivella, do Rio de Janeiro. Enquanto isso, no Legislativo, o Centrão vai comendo a pizza bolsonarista  não apenas pelas bordas, uma vez que a pizzaria é deles.

Pressionado por empresários inescrupulosos e com medo de perder popularidade, o governador  João Doria, de São Paulo, estado mais atingido pela pandemia, hesita em endurecer a quarentena, apesar de estar aumentando a propagação do vírus. Não é para menos: metade da população continua a sair às ruas, como se nada acontecesse. Fato que ocorre mesmo nos estados onde havia lockdown, casos do Pará, de Helder Barbalho, e do Maranhão, de Flávio Dino. Lockdown fajuto.

Este é, em resumo, o quadro no momento em que o Brasil apresenta oficialmente 22.666 vítimas fatais de Covid-19 e 363.211 casos confirmados. O país se encontra à mercê de irresponsáveis, fisiológicos e oportunistas, sem qualquer perspectiva de ter uma política nacional e inteligente para enfrentar a pior emergência sanitária em um século.

Os cidadãos responsáveis estão condenados, portanto, a ficar trancados neste hospício que virou o Brasil, onde uma gente louca grita que a democracia está ameaçada por um vírus, ao mesmo tempo que pede fechamento de Congresso, STF e intervenção militar, até que surja uma vacina e ela possa ser importada em quantidade suficiente. No meio tempo, morrerão outros milhares de brasileiros que poderiam permanecer vivos, boa parte deles de “síndrome respiratória grave”, para segurar as estatísticas. No meio tempo, seremos os párias internacionais, como ficou demonstrada a suspensão da entrada de brasileiros nos Estados Unidos. Quanto à economia, ela vai demorar ainda mais a recuperar-se, porque nos tornamos isto: um hospício.

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