Sergio Moro deve avaliar se denúncias contra outros ministros merecerão ou não a demissão

O juiz Sergio Moro foi anunciado como ministro da Justiça de Bolsonaro Foto: REUTERS/Daniel Derevecki
Em entrevista ao “Fantástico”, juiz defende que, caso a denúncia seja consistente, o ministro seja demitido

Com carta branca para combater a corrupção, o juiz federal Sergio Moro afirmou na noite deste domingo, em entrevista ao “Fantástico”, que, provavelmente, atuará como conselheiro do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para decidir pela demissão ou não de outros integrantes do primeiro escalão, acusados de irregularidades. Moro ressaltou que, caso a denúncia seja consistente, o ministro será demitido.

O magistrado advertiu que a exoneração não dependerá, por exemplo, da transformação do acusado em réu. O critério, explicou, será o embasamento dos fatos que pesam sobre os colegas.

— Se a denúncia for consistente, sim (será demitido). Eu defendo que, em caso de corrupção, se analise as provas e se faça um juízo de consistência, porque também existem acusações infundadas, pessoas têm direito de defesa. Mas é possível analisar desde logo a robustez das provas e emitir um juízo de valor. Não é preciso esperar as cortes de Justiça proferirem o julgamento. O Globo

Moro admitiu que “algum outro conselheiro” também pode auxiliar Bolsonaro. Salientou, porém, que uma das premissas da decisão de participar do governo é não deixar que casos de corrupção comprometam sua biografia.

— Provavelmente (vou aconselhar). Ou algum outro conselheiro. O que me foi assegurado e é uma condição… não é bem uma condição, não fui estabelecer condições. Mas eu não assumiria um papel de ministro da Justiça com risco de comprometer a minha biografia, o meu histórico — afirmou o juiz, que esteve até o final de outubro à frente da Operação Lava-Jato.

“Diversas ameaças”

No atual governo, Michel Temer chegou a afirmar, em fevereiro de 2017, que afastaria temporariamente ministros denunciados à Justiça. O emedebista, no entanto, não cumpriu a promessa. Temer foi denunciado, por duas vezes, pela Procuradoria-Geral da República, após a revelação da delação de Joesley Batista. Os processos não avançaram por decisão do Congresso.

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