Sobe para quatro número de mortos nos protestos na Venezuela

Protestos de 1º de Maio na Venezuela

Dois adolescentes que tinham ficado feridos ao participarem de manifestações contra o ditador Nicolás Maduro na Venezuela morreram nesta quinta-feira (2) , segundo informações da imprensa local e de ONGs que acompanham a situação no país.

Com isso, subiu para quatro o número de civis mortos durante os protestos de terça (30) e quarta (1º).

A mais nova das vítimas é Jhoufer Hernández Vásquez, 14, que estava na manifestação de quarta na praça Altamira, em Caracas.

O local foi palco de um violento confronto após a Guarda Nacional Bolivariana, fiel ao regime, usar bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água para reprimir o ato —os manife stantes responderam arremessando paus e pedras nos agentes e dezenas de pessoas ficaram feridas. Folha de São Paulo

Jhoufer estava no protesto acompanhado de seu pai, José Hernández, mas se separou dele porque queria ficar na parte da frente da manifestação.

Ao site venezuelano Tal Cual, Hernández disse que nesse momento perdeu o contato com o filho e quando o viu de novo ele já estava sendo levado pelos paramédicos.

Segundo o jornal El Nacional, o adolescente foi atingido por um tiro nas costas e a bala atingiu uma artéria. Ele foi levado para a clínica Ávila, mas não resistiu e morreu na manhã desta quinta. Ele era o mais velho de três irmãos.

A outra morte confirmada é de Yosner Graterol, 16, que foi atingido por tiros no braço e no tórax durante um protesto na cidade de Victoria (50 quilômetros ao sudoeste de Caracas), no estado de Aragua na quarta, disse a ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social.

Ele chegou a ser levado para um hospital em Maracay (a capital do estado), mas morreu na manhã desta quinta.

Com isso, segundo a entidade, 57 pessoas já foram mortas pelas forças do regime em 2019 ao participarem de protestos contra Maduro.

Na terça, morreu também em Aragua Samuel Méndez, 24. Segundo o site Efecto Cucuyo, ele teria sido espancado por apoiadores de Maduro e depois morto com um tiro no peito após participar de um protesto contra o regime.

Na quarta, a vítima foi Jurubith Betzabeth Rausseo Garcia, 27. Ela foi atingida por um tiro na cabeça durante o ato na praça Altamira —o mesmo do qual participou Jhoufer— e também foi levada para a clínica Ávila, mas não resistiu.

Além das quatro mortes, quase 200 pessoas ficaram feridas nos dois dias de protestos e 205 foram presas, segundo dados da ONG Foro Penal.

Os protestos contra Maduro recomeçaram em janeiro após o presidente da Assembleia Nacional se autodeclarar presidente interino do país.

Isso aconteceu porque Guaidó e a oposição não reconhecem a legitimidade do pleito de 2018 que deu um novo mandato a Maduro. Desse modo, a Presidência ficaria vaga e caberia ao chefe do legislativo (o próprio Guaidó) ocupá-la até que eleições livres fossem realizadas.

Na terça, a tensão voltou a aumentar no país após Guaidó e o líder opositor Leopoldo López, até então em prisão domiciliar, se dirigirem à base aérea de La Carlota (Caracas) e anunciaram uma ação para retirar do poder Maduro, com apoio de militares dissidentes.

A ação deu início a série de protestos contra o regime pelo país, que foram reprimidos com violência pelas forças leais ao ditador.

REUNIÃO

Exatamente para tentarem encontrar uma solução para a situação na Venezuela, representantes dos Estados Unidos e da Rússia planejam se encontrar na próxima semana na Finlândia.

A informação da reunião foi confirmada nesta quinta por funcionários da diplomacia americana à agência AFP.

Estarão presentes o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, e o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

Os dois países estão em lados opostos no conflito, com Moscou sendo o principal apoiador de Maduro e Washington liderando o apoio a Guaidó.

Pompeo e Lavrov devem se reunir em Rovaniemi, na Finlândia, em um encontro paralelo à cúpula do Conselho Ártico que começa na segunda (6) na cidade.

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