Tarifas bancárias sobem 4,6 vezes mais do que a inflação

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O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) divulgou na quarta-feira (20) pesquisa inédita sobre o reajuste das tarifas cobradas pelos cinco maiores bancos do país: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander. E constatou que os valores, tanto de tarifas avulsas como de pacotes de serviços, subiram bem acima da inflação no período de novembro de 2016 a outubro deste ano.

Segundo o levantamento do Idec, entre os 58 pacotes de tarifas oferecidos por essas instituições, 50 deles (81%) subiram de preço, seis não foram corrigidos e dois tiveram reajustes inferiores ao índice oficial de inflação. O maior aumento, de 78,88%, foi aplicado pela Caixa em seu “pacote Convencional” que passou de R$ 25,10 para R$ 44,90.

Na média, as correções ficaram em 12,6%, equivalente a 4,6 vezes a inflação do período, que atingiu 2,7%. Porém, é importante destacar que, apesar do expressivo aumento, os preços da Caixa acompanharam os demais bancos. Em relação às tarifas avulsas, o reajuste médio no Banco do Brasil ficou em 10,07%; no Bradesco, em 5,12%; na Caixa, em 14,56%; no Itaú, em 4,87%; e no Santander, em 3,10%.

“Abusivos”. A economista do Idec responsável pela pesquisa, Ione Amorim, considera absurdos os aumentos, principalmente aqueles praticados pelos bancos públicos. “Na realidade, o que ocorreu foi alinhamento do Banco do Brasil e da Caixa aos preços praticados pelo mercado. Porém, o aumento acentuado nos preços, sem uma melhoria nos serviços prestados, pode ser considerado uma prática abusiva”, diz ela. “Em vez de criar um ambiente mais competitivo, os bancos públicos colaboram para a criação de um setor bancário ainda mais concentrado. E o consumidor acaba ficando sem opção”, completa.

Uma dica da especialista é optar pelo pacote de serviços essenciais e avaliar se ele atende a suas necessidades. Segundo ela, por determinação do Banco Central, toda as instituições são obrigadas a oferecer esse pacote sem a cobrança de tarifas.

Com ele, o cliente tem direito a fazer, por mês, quatro saques no caixa ou no terminal de autoatendimento; tem direito a um cartão de débito; a dois extratos por mês; à consulta ilimitada pela internet; a duas transferências para contas do mesmo banco; e à compensação de cheques, além de um talão com dez folhas de cheques, desde que não tenha o nome nas listas de proteção ao crédito.

Além disso, ela recomenda que o correntista analise com atenção o extrato de tarifas, que deve ser disponibilizado pelo banco até 28 de fevereiro de 2018, com os dados relativos a 2017. “Com isso, o consumidor fica sabendo quais tarifas foram pagas e se o serviço oferecido realmente foi necessário”, explica.

Personalizados

Espaço. A pesquisa do Idec mostrou ainda que a oferta dos pacotes personalizados está mais ostensiva e ganhou maior espaço nas tabelas das instituições financeiras.

Caros. Por isso, são os mais comercializados, mais caros e que apresentam maiores reajustes de preços.

Diferenças. No entanto, a comparação não foi possível devido às diferenças na configuração dos planos.

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