Temer omite denúncias e combate à corrupção em discurso de fim de ano

Denunciado duas vezes neste ano pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o presidente Michel Temer (PMDB) usou o rádio e a TV, em rede nacional, para fazer um balanço de seu governo na noite de Natal. Sua retrospectiva do ano, no entanto,  não incluiu o combate à corrupção e nem seu esforço para barrar as denúncias na Câmara, que custaram cifras bilionárias aos cofres públicos.

A primeira denúncia foi suspensa em agosto. Nela, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusava Temer de corrupção passiva. Em outubro, com menos aliados na Câmara, foi a vez da Casa barrar a denúncia por obstrução da Justiça e organização criminosa contra Temer.

Diante das  decisão, que suspendeu as acusações enquanto Temer estiver na Presidência, as investigações somente podem prosseguir a partir de 1º de janeiro de 2019. Para conseguir essas duas vitórias, o peemedebista teve que fazer diversas concessões e negociações, de medidas do governo com parlamentares, entre junho e outubro.

Com a pior aprovação da história (6%, mas já esteve com 3%), de acordo com a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada na última semana, o peemedebista ainda tenta a todo custo aprovar a reforma da Previdência, medida impopular que teve suas investidas fracassadas este ano. O tema permeou o discurso de Temer, que pretende aprovar o texto na Câmara em fevereiro de 2018, após o Carnaval.

“Quero dizer uma palavra sobre a reforma da Previdência: não é uma questão ideológica ou partidária, é uma questão do futuro do país e para garantir que os aposentados de hoje e os de amanhã possam receber suas pensões. […] Tenho plena convicção de que nossos parlamentares darão o seu voto e o seu aval para que isso também aconteça aqui. Tenho certeza que eles não faltarão ao Brasil”, ressaltou.

Para ele, com a reforma trabalhista, aprovada e sancionada este ano, haverá mais oportunidades de trabalho em 2018. Temer disse ainda que o momento é de “esperança” e “otimismo”. “Estamos abrindo as portas para um 2018 de mais estabilidade, de mais empregos, de mais realizações. E agradeço a Deus por permitir que eu divida este momento com vocês”.

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