Temer tem fazenda em nome do coronel, diz delator

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O ex-diretor da JBS Ricardo Saud afirmou à Polícia Federal que o presidente Michel Temer possui uma fazenda no interior de São Paulo que está em nome do coronel João Baptista Lima, amigo do emedebista já acusado de receber propina em nome dele.

“O deputado federal Paulinho da Força (SD-SP) comentou com o depoente que Michel Temer possui uma fazenda no interior de São Paulo em nome da Argeplan ou mesmo do coronel Lima”, diz o registro do depoimento de Saud. A empresa citada pertence ao coronel.

De acordo com o delator, Paulinho da Força relatou ter recebido de Temer um pedido para ajudar a retirar integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) da fazenda invadida. “Inclusive Paulinho da Força disse ao depoente que Michel Temer havia lhe telefonado solicitando auxílio quando da invasão da fazenda em questão pelo Movimento dos Sem-Terra, ocasião em que Michel Temer teria dito que a fazenda de um ‘amigo’ havia sido invadida e que necessitava de ajuda de Paulinho da Força para sua desocupação”, diz o depoimento. Conforme Saud, após o pedido, Paulinho da Força teria entrado em contato com o líder do MST, José Rainha, para solicitar ajuda na desocupação.

Saud prestou depoimento no dia 16 de fevereiro no inquérito que investiga se Temer recebeu propina do setor portuário em troca da publicação de um decreto alterando regras do setor.

Sobre o assunto, o ex-diretor da JBS, atualmente preso sob suspeita de ter omitido fatos em sua delação, afirmou que Temer era interlocutor de demandas do setor portuário e que o procurou algumas vezes para tratar de questões relacionadas ao tema.

Procurado, Paulinho da Força afirmou que Saud frequentava muito sua casa e que pode ter comentado “em tom de brincadeira” que a fazenda pertenceria ao Temer. “Eu tirei o pessoal da fazenda umas três ou quatro vezes”, afirmou.

A fazenda citada fica na cidade de Duartina (SP) e foi ocupada pelo MST ao menos duas vezes: em maio de 2016 e em julho de 2017. O coronel Lima foi apontado, na delação de executivos da J&F, como responsável por receber R$ 1 milhão de propina paga pela JBS para Temer. Questionada, a assessoria de imprensa do presidente afirmou que ele não possui nenhuma fazenda.

Impasse. No âmbito do inquérito que investiga se o decretado assinado por Temer teria beneficiado empresas do setor portuário, a PF solicitou à Procuradoria Geral da República a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do presidente. O pedido foi feito há dois meses, mas a procuradora geral, Raquel Dodge, ainda não se manifestou.

No despacho em que o delegado responsável pelo caso, Cleyber Lopes, pede para prorrogar o prazo da investigação por mais 60 dias, ele afirma que as medidas “mostram-se imprescindíveis para esclarecimentos dos crimes investigados”.

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