Temer vai ao G-20 mas não aparece no programa da reunião de líderes

Após avisar em cima da hora, na última segunda-feira, que iria participar da reunião do G-20, Michel Temer não aparece no programa do encontro. No lugar aparece a foto do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que já era presença confirmada.

O presidente da República aterrissará em Hamburgo (Alemanha) amanhã, às 5h15 horário local, cinco horas à frente de Brasília, para participar da cúpula de líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo, o G-20. A participação de Temer será um pouco mais breve do que o evento, previsto para encerrar apenas no fim da tarde de sábado. Ele deve deixar a cidade por volta do horário de almoço local.

Meirelles já está em Hamburgo desde o início da tarde de hoje e continuará na cidade após o retorno de Temer. A previsão é que, além de acompanhar o presidente nos eventos, Meirelles tenha reuniões bilaterais com os ministros de economia da Alemanha (amanhã) e do Canadá (no sábado).  As informações são de O Estado de São Paulo.

O presidente estava sendo pressionado pela equipe econômica e pelo ministro das Relações exteriores, Aloysio Nunes, para participar do encontro na Alemanha. O argumento da ala econômica é de que, independente da crise política e jurídica, é melhor mostrar que “o país não pode parar” e que o evento econômico era fundamental para agenda de retomada da confiança.

Apesar do retorno da agenda internacional, Temer não vai mesmo ao encontro bilateral com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que estava previsto para o dia 6 de julho. Isso porque, de acordo com interlocutores, para chegar a tempo do encontro com a chanceler, Temer teria que sair do Brasil na terça à noite, o que deixaria o presidente fora do país por muito tempo.

A decisão de Temer ir ou não ao G-20 não é consenso na cúpula do governo. Assim como aconteceu na viagem que fez na semana retrasada pela Rússia e pela Noruega, alguns interlocutores do presidente salientam que há sempre “um risco político alto” de deixar o país na atual situação. Do exterior, Temer sofreu uma derrota na votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.

A viagem de Temer acontece enquanto ele prepara a sua defesa em relação à denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na semana passada, Temer deu uma demonstração de que não evitará o confronto com Janot, que o governo classifica como o maior algoz de Temer, e anunciou às pressas o nome de Raquel Dogde para o cargo de procurador-geral da República.

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