Tese do PL sobre urnas antigas é “completamente equivocada”, diz professor da USP

Rio de Janeiro – Distribuição das urnas eletrônicas do TRE para os locais de votação nas eleições municipais de 2020, no pólo eleitoral Jardim Botânico. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O argumento de que a presença de ID nos logs de algumas urnas impossibilita o rastreio do log destas máquinas é “completamente equivocado“. A conclusão é do professor Marcos Antônio Simplício Junior, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Um dos responsáveis pela pesquisa da segurança das urnas dentro da instituição, o especialista em segurança de redes e criptografia explicou a O Antagonista por que a proposição não é cabível.

“Embora os logs de anos anteriores não estejam disponíveis para a verificação dessa impressão, não conseguimos encontrar evidências de que haveria esse problema em anos anteriores”, diz Marcos Simplício. “Além disso, como os documentos principais gerados pela urna para fins de contabilização de votos (a saber: boletim de urna, o BU, e registro digital do voto, o RDV) têm o identificador correto, tudo indica ser o caso de um problema restrito ao aplicativo ‘logd’, que deveria gerar aquele número nos logs.”

O tema foi central para o pedido do Partido Liberal (PL) pedir a revisão extraordinária dos votos do segundo turno das eleições presidenciais – que acabou sendo duramente reprimida por Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Agora, embora seja o problema de falta do ID nos logs de algumas urnas (e só nos logs, porque no BU e no RDV, que contêm os dados de votação de fato, o problema não ocorre), a conclusão de que isso impossibilita o rastreio do log de alguma forma é completamente equivocada”, conclui o professor. Ele diz que qualquer pessoa pode, no site do TSE, encontrar estes arquivos, relativo a qualquer urna, e identificar onde este aparelho foi utilizado, em ambos os turnos.

O antagonista

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