‘Troca de ministro não pode trazer risco a uma instituição de Estado’, diz delegado da PF

Os delegados de Polícia Federal cobram do novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, uma declaração de comprometimento com a Operação Lava Jato e outras missões de combate à corrupção e ao crime organizado. Os delegados avaliam que a troca de ministro na Pasta que detém o controle administrativo da PF ‘não pode trazer risco a uma instituição de Estado’.

Para o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Carlos Eduardo Sobral, a única saída para evitar intervenções políticas do governo na corporação seria a aprovação da PEC 402, que prevê autonomia para a PF.

Torquato chega no momento mais agudo da crise política do governo Michel Temer – o próprio presidente é alvo da Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato a partir da delação premiada de executivos da JBS. As informações são de O Estado de São Paulo.

A pasta estava nas mãos do deputado Osmar Serraglio (PMDB/PR), mas os aliados de Temer o vinham pressionando para a mudança. Nos autos da Patmos dois áudios revelam o empenho do senador afastado Aécio Neves (PSDB/MG) em trocar o Ministério. Aécio atribuía fraqueza a Serraglio e acreditava que sua saída ia ‘mexer na Polícia Federal’.

“A troca de um Ministério, que é algo natural, não pode trazer qualquer tipo de risco à Polícia Federal. E isso só ocorrerá quando aprovada a PEC 402”, declarou Sobral, na noite desta segunda-feira, 29, pouco antes de dar uma aula de Ciência de Dados na Faculdade de Direito do IDP-SP.

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