Vaquinhas para campanha de candidatos não emplacam

João Amoêdo

Campeão de doações é João Amoêdo, que juntou apenas R$ 250 mil | Foto: Bruno Rocha/Estadão Conteúdo

Após o fim do financiamento de empresas para as campanhas eleitorais, uma das alternativas encontradas por políticos para angariar fundos visando a disputa deste ano é o crowdfunding, nome dado ao financiamento coletivo por meio de doações de pessoa física pela internet. No entanto, os pré-candidatos que optaram por essa maneira de arrecadação, por enquanto, têm conseguido arrecadar muito pouco.

O site “Doação Legal”, criado pela empresa “Vakinha.com”, maior site do gênero na internet, contava, na última sexta-feira, com mais de 1.100 políticos registrados na plataforma e mais de 5.200 doações, que totalizavam aproximadamente R$ 950 mil, uma média de R$ 864 por candidato. Os números estão infinitamente distantes do enorme valor do Fundo Eleitoral, que liberará R$ 1,7 bilhão em dinheiro público para as campanhas.

Para cada doação feita, o site cobra uma taxa administrativa de 6,4% sobre o valor, mais R$ 1,50 como taxa de compliance e gestão de segurança. Além dessas taxas, é cobrado R$ 0,90 se a doação for feita por meio de depósito ou transferência bancária, R$ 1,80 se for por meio de boleto bancário ou 2,5% do valor doado se for feito por cartão de crédito. Fora essas cobranças, o candidato tem que pagar ainda um valor de R$ 49,90 para se cadastrar. O Tempo

Até sexta, o pré-candidato à Presidência pelo Novo, João Amoêdo, tinha arrecadado cerca de R$ 250 mil, valor baixo para uma campanha ao Planalto, mas o maior entre os políticos. Utilizando a plataforma “Apoia.org”, Amoêdo conseguiu mais de 52% do total doado por meio deste site.

O partido com mais filiados na doação virtual é justamente o Novo, com mais de 140 campanhas ativas no Doação Legal, além de várias outras campanhas Apoia.org. O presidente nacional do partido, Moisés Jardim, festejou o que considera um sucesso de arrecadações.

“O Novo sempre defendeu que o partido e as campanhas eleitorais devessem ser bancados pelos seus filiados e apoiadores do partido. Acreditamos que, além de não utilizarmos os escassos recursos públicos, conseguimos ter mais engajamento das pessoas com a política, diminuindo o distanciamento tão reclamado entre os políticos e seus eleitores. O financiamento coletivo é uma ferramenta que vem ao encontro deste princípio. O sucesso na captação mostra que o modelo é viável e que a política pode sim ser financiada sem necessidade de recursos públicos ou de estratégias obscuras, tão utilizadas pela política tradicional”, disse Jardim.

Aposta. Para Cristiano Meditsch, diretor de marketing do Vakinha, com o fim do financiamento por empresas, os pré-candidatos irão procurar alternativas, e isso é bom para a ferramenta e para a democracia, visto que agora o próprio eleitor é quem vai financiar parte da campanha de seu candidato. A expectativa do diretor é que o site tenha 1.500 campanhas de pré-candidatos e uma arrecadação que supere os R$ 20 milhões.

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